Capítulo 139

Narrado por Luan
  O calor no Guarujá estava grande, mas a brisa leve do mar deixava o clima bem gostoso. Escolhemos uma mesa na areia mesmo, nos sentamos e trouxeram o cardápio para darmos uma olhada.

_ E aí madames, o que vamos pedir?
_ Hum, esse cheiro de mar deu vontade de comer caranguejo. -Nanda dizia com o sorriso enorme, e aquele olhar faminto.-
_ E você filha?
_ Batata frita! E refri...
_ Tá.. -chamei o garçom.- Vê pra mim um... -fui fazendo os pedidos e logo depois de anotar ele saiu, peguei o celular e quando ia desbloquear ele foi tomado da minha mão.- Vai... Me devolve o celular.
_ Pra que? Quer falar com quem se eu estou aqui?
_ Com a minha amante. -ela olhou pra mim com uma cara tão feia que fiquei com medo.- Calma, ia avisar minha mãe que chegamos benzinho.
_ Ridículo.
_ Também te amo.
_ Sabe se vai demorar nossa comida?
_ Eu acabei de pedir, que fome é essa?
_ Não pergunto mais... Seu grosso. -fechou a cara e pegou o celular chamando Melissa pra olhar não sei o que.

  Vai entender as mulheres, eu juro que tento. Mas, não dá. Passei pela TPM da minha mãe, minhas backings, assessoras e namoradas e agora a da minha noiva e tenho uma filha crescendo, uma sobrinha que tá chegando. "Resumindo, você tá é fodido." Realmente. Eu estava.
  Não falamos mais nada até a comida chegar junto com as bebidas, eu pedi suco e as duas pediram água de coco. E conforte a comida foi encontrando o caminho do estômago, o humor voltou a melhorar e a conversa fluía com facilidade. Melissa tinha planos para o dia seguinte e nós dois atentos ao que ela dizia.

_ Quer mergulhar?
_ É, lá no fundo. Bem fundo.
_ Eu acho melhor ficar sentadinha na areia. O que você acha?
_ Acho bem chato, quero fazer igual a sereia.
_ Ah claro. -risos.- Agora come, que eu não quero ninguém reclamando de fome.
_ Se a indireta foi pra mim...
_ Amor, relaxa (selinho). Tá se estressando demais, tá de TPM?
_ Eu não tenho TPM, Luan. E você está comigo à todo esse tempo e não percebeu, que espécie de namorado é você? Hein?
_ Amor, vamos discutir isso em casa. Ninguém tem nada a ver com a nossa vida e tem gente olhando.
_ Mas, quem chamou? -cutuquei seu braço.- Povo curioso, ridículo isso. -falou voltando a comer, abaixei a cabeça rindo muito. 

  Terminei de comer e pedi mais um suco quando acabamos enquanto eu passava o cartão elas foram andar pela areia, e foram molhar os pés na água. Fui pra frente do carro e esperei por lá.- A água está uma delícia, nossa... Vontade de mergulhar.

_ Melhor não, né amor. Vamos pra casa, dormir (bocejei).
_ À não, vamos pra piscina.
_ Que seja, mas bora...

  Entramos no carro e cinco minutos depois estávamos em casa. Elas desceram na frente me deixando pra trás, descarreguei sozinho todo o carro e depois de fechar, entrei e fechei o portão da garagem.

_ Não vão nem trocar de roupa?
_ Pra que? Tá muito bom assim... -Melissa só de calcinha, e ela com uma lingerie cor da pele e agora parecia estar pelada.

"Não é que eu pense só nisso, mas, Luanjr acorda e não tem como pensar em outra coisa. Mas, tamém... Gostosa desse jeito."

  Deixei as malas na sala. Fui até elas e acabei entrando também, brincamos um pouco ali na água só que mesmo estando quente Melissa espirrou duas vezes, então achamos melhor sairmos da água e entrar, tomar um banho e trocar de roupa.

_ E os caseiros?
_ Os pais da Marília eu não sei, mas ela está por aí.
_ Não lembro muito dela.
_ E quer lembrar pra que? -olhou séria, mas riu logo.- Brincadeira. Eu confio nela, sei que você pode ficar pelado e ela nem aí.
_ Certeza? -ri.-
_ Absoluta...
_ Por que hein?
_ Porque ela namora um negro lindo, o ama de paixão e formam um lindo casal.
_ Tamém sô lindo, muito.
_ Sem ciúmes fofo, eu amo você.

  Tomamos um banho, e depois ela deu um banho na Melissa que dormiu em seguida. Fomos nos sentar lá fora, na rua e ficamos um bom tempo conversando, namorando.   Até ela reclamar de sono e irmos dormir...
  No meio da noite acordei com a Nanda se mexendo muito na cama, de um lado pro outro, levantei e ela disse que estava se sentindo com muito calor e muito tontura...   Então sugeri que fôssemos ao pronto socorro, até liguei pra Marília que apareceu de pijama e depois de me dar o endereço se encarregou de ficar com a Mê.

_ Tá demais isso, puta que pariu.
_ Calma que pelo o que sua amiga disse estamos chegando já...

  Eu corria com o carro, e chegamos em meia hora e pouco. Entramos e tivemos que fazer a filha, triagem e... Ainda tivemos que esperar.

_ Meu deus, preciso morrer pra vir um médico nessa porra? -falou alto e eu tentando fazer ela ficar quieta.-
_ Tenha calma, todo mundo aqui tá esperando amor.
_ Mas, tá foda... Tô sentindo meu corpo meio mole, Luan eu vou desmaiar...
_ Para de brincadeira, Fernanda... -e num piscar de olhos ela realmente apagou, segurei ela não deixando que caísse e a ajuda veio, levaram ela para a sala de emergência e eu tive que esperar do lado de fora.-

  Foram longos minutos, andando de um lado pro outro, passando a mão pelos cabelos preocupado. Fui lembrar do celular e quando peguei pra olhar a hora ainda eram 1h36min da manhã.
  Quando o médico apareceu me chamou para que eu fosse até sua sala, entramos e me sentei, ele fechou a porta, deu a volta na mesa e se sentou... Eu estava nervoso, queria logo uma resposta sobre o que tinha acontecido.

_ Então doutor, o que minha mulher tem.
_ Ela estava com a pressão baixa pode ter sido causada pelo calor...
_ Tá, mas e a tontura que ela estava sentindo?
_ Olha, não posso diagnosticar sem fazer alguns exames. Mas, com os meus anos de profissão meu palpite é que no estado em que ela se encontra isso é normal nos primeiros meses.
_ Primeiros meses de que?
_ Você não sabe?
_ Doutor, com todo respeito. Se eu tô perguntando é porque não sei, né.. -passei a mão pelo rosto.-
_ Sua mulher pode estar grávida.
_ Grávida?

  Grávida... Essa palavra ficou rodando na minha cabeça, minha surpresa foi tanta que eu fiquei com o coração acelerado, foi me dando uma sensação estranha, uma calor que estava me fazendo suar. A voz do doutor estava ficando mais distante, a visão embaçada, meu corpo foi indo pro lado sem que eu tivesse controle. Apaguei.

                   Minutos depois {...}

  Estava em uma outra sala, dois enfermeiros ao meu lado e o doutor que estava falando comigo, colocando uma lanterna nos meus olhos e fazendo perguntas que eu respondia acenando ou negando com a cabeça.

_ Ele está bem, foi só um susto.
_ Eu desmaiei mesmo? -ele assentiu rindo.-
_ Normal, alguns pais chegam a desmaiar mesmo com a notícia. Mas, ainda não é uma certeza. Os sintomas e sinais nos dizem isso, porém somente exames específicos para determinar. -bateu no meu ombro.- Mas, eu quase não erro. Então, meus parabéns papai! -sorriu.-
_ Obrigado. E cadê a Fernanda?
_ No quarto ao lado, terá que ficar em observação e provavelmente terá alta pela manhã.
_ Ela vai surtar quando souber, ela não curte muito hospital.
_ Fique tranquilo meu jovem. Se quiser pode ir vê-la. -assenti e me levantei com calma, estava era com medo de cair de novo. Andei devagar até o quarto onde ela estava, e para minha surpresa acordada e muito pálida.-
_ Melhorou? -ela assentiu.- Me deu o maior susto, sabia? -novamente assentiu.- Não tá podendo falar?
_ Tô... É que eu também assustei... A enfermeira disse que você desmaiou quando o médico te deu a notícia, fiquei preocupada... Quero saber o que eu tenho.
_ Na verdade não é só você...
_ Você também está doente? -arregalou os olhos.-
_ Não! É que eu e você... Ainda não é certeza, precisa de exames... E eu e você... -comecei me enrolar pois não sabia como dizer aquilo, assim, do nada.-
_ Quer falar logo e parar de me enrolar?
_ Você pode estar grávida, por isso passou mal. -falei rápido e ela pareceu ter entendido, pois ficou  tão surpresa quanto eu minutos atrás.- Amor... Fala comigo!
_ Não pode ser verdade, eu saberia se estivesse... Dizem que toda mulher sente e eu... Eu não senti nada. Luan, para de brincar com uma coisa tão séria dessas.
_ Eu não estou brincando, também assustei. Não esperava e...
_ Meu deus, isso não está acontecendo. -jogou a cabeça pra trás colocando as mãos sobre seu rosto.- Uma gravidez... Agora.
_ Amor, não é o fim do mundo.
_ Depende do mundo de quem... -ela disse baixinho, eu escutei, mas não disse mais nada. Apenas me aproximei e fiquei ao seu lado.

Narrado por Fernanda
    GRAVIDEZ! Uma palavra com apenas oito letras e que soa tanta responsabilidade: G R A V I D E Z. Um grande peso também, não sei dizer. Ainda estou sem reação.
Luan e eu não falamos mais sobre isso durante a madrugada, mas enquanto estive acordada o peguei encarando minha barriga e doido pra passar a mão, isso porque nem sabia o resultado. O que é estranho, porque da primeira vez, que suspeitei estar grávida e deu negativo ele quase soltou fogos. Enfim... Não quero pensar nisso agora não, quero voltar pra casa e curtir nossa viagem em família. Porque dessa vez estamos reunidos como uma, o noivado trouxe mais realidade à isso.

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  Vou deixar os comentários com vocês. Mas vamos lá, não economizem palavras e digam o que acharam desse capítulo. A intensidade dele está T O P! Beijão, nos vemos na segunda se tudo der certo, b domingo. ❤