Capítulo 143

Narrado por Luan
  Receber de Deus a bênção de ter mais um filho e com a mulher que eu amo deixou-me muito feliz. Eu queria sair contando à todos, espalhar aos quatro ventos a minha felicidade. Porém, ainda sentia que minha noiva estava receosa, diria até que assustada com a novidade. Sim, foi algo que nos pegou de surpresa, transamos diversas vezes sem camisinha só que ela tomava remédios e acabou que aconteceu.
  Depois que fomos nos deitar ela logo dormiu, realmente estava cansada e eu sem sono algum. Fiquei mexendo em seus cabelos, acariciando sua pele, observando-a enquanto dormia. Depois de um tempo levantei pra ir ao banheiro, quando voltei ela estava toda espaçosa na cama, dei risada e fui pro closet e por não ter tanta coisa assim espalhada acabei eu mesmo sozinho arrumando do jeito que ela havia começado.

                                   (...)

_ Bom dia papai, bom dia mamãe. -abri os olhos ainda não enxergando muita coisa, somente a visão embaçada do rosto da Melissa bem próximo.- Abre o olho papai. -colocou os dedos no meu olho fazendo com que eu piscasse.-
_ Ei, assim machuca. Não pode.
_ Tá na hora de ir pra escola.
_ Escola? Mas, pra que?
_ Hoje eu tenho aula ué. Vamos... -ainda desnorteado, procurei pelo celular e quando o peguei e fui olhar as horas, era 6h07min da manhã.-
_ Eu nem lembro se trouxe sua roupa. Não quer ficar em casa hoje?
_ Não posso. Tem festinha da Aninha papai.
_ Quem é Aninha?
_ Minha amiga.

  Conhecendo bem minha filha sabia que ela não iria sossegar até que estivesse vestida com o uniforme. Levantei e fomos os dois pro banheiro, dei banho nela e depois fui procurar sua roupa. Depois achei a mochila que estava jogada no chão do quarto que ela dormiu e descemos.

_ Tô com fome, papai. Faz meu leite?
_ Com chocolate?
_ É. E gelado!

  Preparei seu café e enquanto ela comia voltei pro quarto para me arrumar, na verdade só pra vestir uma camisa e lavar meu rosto, escovar os dentes e pegar o celular.

_ Onde você vai? Ainda tá escuro lá fora.
_ Levar Melissa na escola (bocejei), mas volta a dormir que daqui a pouco eu volto tá. -fui até ela beijando sua testa e depois desci.- Pronto?
_ Falta um pouquinho, mas eu não quero mais não papai. Tô cheia.
_ Dá aqui que eu tomo. -virei o copo e tomei tudo.-
_ (risos) Cê tá com bigode papai. Deixa eu limpar. -agachei perto dela que passou a mão na minha boca e depois na minha blusa limpinha. Nem disse nada, apenas agradeci e fomos pro carro.- Cê que vai me buscar hoje de novo?
_ Vou sim.
_ E nóis vamos poder ir naquele lugar?
_ Qual lugar?
_ Que tem coxinha gostosa.
_ Ah, no Ragazzo?
_ Acho que é. Que fomos com a tia Bru oto dia.
_ Vou ver com a sua mãe.
_ Ela vai gostar papai, fala que é surpresa.
_ Mas alguma coisa senhorita Melissa? -brinquei.-
_ Queria ir tamém no cinema e levar a Aninha já que hoje é aniversário dela. Deixa papai?
_ E a mãe dela deixa?
_ É só perguntar, oxe.

  Estacionei em frente a escola e desci tranquilamente, entramos na escola e fui deixá-la em sua fila. No portão que dividia o pátio da entrada dos alunos, Melissa soltou da minha mão e foi correndo chamar não sei quem. Fiquei de olho, esperei que voltasse e ela voltou com uma mulher muito bonita, bonita não. Linda. Cabelos longos e loiros, vestida com uma blusa de pijama e jeans e sem sutiã, quando chegou perto notei seus olhos azuis. Quem é essa?

_ Papai, ela que é a mãe da Aninha.
_ Nossa, Luan Santana? -sorriu.- Nem estou acreditando.
_ Prazer...
_ Laís.
_ Lindo nome. -apertei sua mão.- Pode me chamar só de Luan.
_ Com o maior prazer. -novamente sorriu.-
_ Melissa tinha dito que queria passar o dia com a amiguinha, e...
_ Elas me disseram ontem (riu), mas morro de medo dela dar trabalho. Porque são crianças, né?
_ Imagina, eu dou conta. Poderia ser hoje?
_ Pode sim. Hoje ela passaria o dia todo sozinha mesmo, só iremos comemorar o aniversário dela no fim de semana.
_ Ah então tranquilo. Só me passa seu telefone que eu ligo quando estiver indo levá-la embora... -bati com a mão no bolso da bermuda e percebi que tinha deixado o celular no carro.-
_ Eu anoto o seu e mando uma mensagem.
_ Pode ser tamém... xxxxx-xxxx
_ Qualquer coisa pode me ligar viu.
_ Com certeza. -ri.- Bora entrar filha?
_ Ahaam. Tchau tia Laís, até de noite.
_ Tchau linda, até... Tchau Luan, foi realmente um prazer te encontrar e conhecer. -beijou meu rosto e saiu.-

                                  (...)

  Voltei pra casa da Nanda e dei de cara com ela sentada na cama com os cabelos todos bagunçados e uma carinha de dar dó.

_ O que foi amor?
_ Se eu continuar vomitando desse jeito meu filho vai nascer de um vômito.
_ Não fala assim, Princesa. Quer que eu ligue pra minha mãe e pergunte se ela sabe de algo?
_ Não queria que ela soubesse assim... -fez beicinho, me sentiu ao seu lado e ela deitou a cabeça em meu peito, abraçando minha cintura.-
_ Ôh minha linda, não fica assim... Ela adoraria uma visita.
_ São 7h da manhã. -peguei o celular e disquei o número de casa, chamou duas vezes e logo atenderam.-
_ Mamusca?
_ Oi filho, tudo bom?
_ Ótimo e a senhora?
_ Tô com saudades do meu filho, minha nora e minha neta. -riu.- Mas, tô bem viu.
_ Que bom Xumba, eu a Nanda estamos indo aí tá?
_ Agora?
_ Uhum, nestante...
_ Que ótimo, vou preparar um café daqueles então...
_ Pode preparar que estamos com muita fome (ri). Até daqui a pouco então?
_ Até daqui a pouco, fica com Deus.
_ Amém.

  Desliguei e ela foi tomar um banho, deixei que ela fosse na frente e quando estava saindo pude entrar e tomar o meu. Depois de prontos, descemos de mãos dadas e fomos pro meu carro e seguimos pra minha casa.

_ Bom dia sogra. -chegou sorridente, abraçando minha mãe e logo indo cumprimentar meu pai que estava descendo as escadas.-
_ E que bom dia, amo quando minha casa está em movimento sempre.
_ Pensei que estaria dormindo, porque eu pretendia estar fazendo o mesmo viu sogra.
_ Que preguicinha é essa? -brincou.-
_ A de sempre. -risos.-
_ Tá diferente hein, Nanda. Mais coradinha.
_ Achou sogro?
_ Eu  já acho que ela está com o rosto mais redondinho, parecendo rosto de grávida...
_ Sabe o que é Mamusca... Eu e a Nanda, a Nanda e eu...
_ Estamos grávidos. -falou sorrindo e minha mãe toda chorosa, já ficou emocionada.-
_ Te falei pra fazer essas coisas só depois de casado, menino! -deu um tapinha nas minhas costas.- Mas, já que fez antes tenham juízo os dois. E meus parabéns!
_ Obrigado paizão!
_ Valeu sogrão.
_ Aí nem acredito, e que venha um menino dessa vez... -Mamusca disse erguendo as mãos pro alto.- Aí que carinha mais linda, parabéns meus amores. -agradecemos e fomos comer, brindamos com suco de laranja e rimos muito disso.-

  Nossa manhã na minha casa foi bacana demais, quando estava próxima a hora do almoço, fomos buscar Melissa na escola. 

_ Quem é essa Luan?
_ Essa quem? -perguntei ainda prestando a atenção no caminho.-
_ Oi Luan. Você esqueceu de anotar meu endereço, Avenida dos Economistas, condomínio Campo Bello... -continuava lendo e eu assentindo.- Beijos, Laís. Ainda manda beijinho com coração.
_ Deixa eu ver quem é...
_ Uma loira, loira ousada porque olha essa foto Luan! Onde você conheceu isso aqui?
_ Na escola da Melissa, é mãe da amiguinha dela. -estava tentando lembrar o nome da menina.- Ana Clara.
_ Ana Clara? E por qual motivo você tem que ter o telefone dela no seu celular?
_ Melissa pediu pra amiguinha passar o dia conosco, e por isso dei meu número à ela.
_ Rum... Engraçado que isso só acontece quando eu não estou junto, porque não passou o meu número?
_ Amor, pra que isso agora?
_ Porque se ela resolver te mandar mais alguma mensagem com gracinhas, quem vai até a casa dela sou eu pra responder pessoalmente.
_ Ui que medo! -brinquei e ela me beliscou.- Aí, amor.
_ Fica de gracinha que eu meto a mão na sua cara e na dela hein...

Narrado por Fernanda
  Chegamos cedo na escola das meninas, aproveitei que não tinha ninguém no pátio e fui até a cantina, comprei um salgado e água de coco. Luan sentou e ficou me esperando comer, não quis nada, nem suco.

_ Amor, limpa a boca.
_ Me deixa hein, deixa eu comer...
_ Com a boca limpinha eu deixo, o que vão pensar se te verem assim?
_ Como consegue ser besta, meu deus! Idiota... -quando faltavam dez minutos pedi que ele fosse até a sala delas, e não demorou para que as duas viessem correndo e ele atrás com as mochilas e lancheiras.-
_ Aninha, essa é a minha mãe. Fernanda. E mamãe, essa é a Aninha.
_ Oi, sabia que você é bem bonita?
_ Obrigada amor, você também é uma gracinha.
_ É verdade que vamos passear?
_ Luan?
_ É sim, bora pro carro e sem correr hein.
_ Vamos ver quem chega primeiro? -Ana Clara sugeriu e Melissa não pensou duas vezes, saiu correndo junto com a amiguinha.-
_ Mesma coisa de falar vai correndo.
_ Você que inventou, agora vai atrás porque eu não vou correr atrás de ninguém.
_ Era pra você me ajudar, filha é sua também.
_ Tô grávida, não posso correr não. -ri e ele fez careta.- Vai Luan, passa carro toda hora aí na frente.
_ O porteiro não vai deixar elas sairem amor, relaxa.

  Ele pegou minha mão e fomos andando, chegando no portão elas estavam falando na cabeça do porteiro, percebi ali naquela hora que minha tarde seria longa.
  Coloquei as mochilas no porta malas, sentei as duas atrás e prendi os cintos de segurança, e fui pro meu lugar.

_ Nada de pôr as mãos pra fora, nem levantar. -falei virando pra trás e olhando as duas sapecas.- Entenderam né?
_ Sim!
_ Vamos pra casa, Luan? Porque não tem comida pronta...
_ Papai, nóis ia lá naquele lugar... Cê num lembra?
_ Que lugar, Luan? -perguntei.-
_ Você não pode saber mamãe, é surpresa.

                               (...)

  Almoçamos no shopping, depois as duas foram brincar, e Luan foi comigo na loja de roupas íntimas e ficou impaciente, aquele monte de mulher em cima e ele vermelho de vergonha.

_ Amor, vou olhar as meninas tá?
_ Tá bom, pode ir. Encontro vocês na fila do cinema. -nos beijamos e ele foi. Escolhi mais alguns, paguei minha compra e fui pegar o elevador. Acabei passando na Marisa, e peguei algumas coisinhas para as meninas, já que a Ana não tinha levado roupa e pra Melissa não se sentir diferente da amiga. E fui me encontrar com o Luan.-
_ Ali ela papai!
_ Não corre, é pra esperar aqui Melissa.
_ Tá bom.
_ Sobreviveu? -ri.-
_ Elas juntas não param, nunca vi Melissa desse jeito.
_ Bom ir se acostumando. -beijei seu rosto.-
_ Comprou?
_ Só quatro e duas calcinhas, mas por puro capricho. Nem estava precisando.
_ Quero ver depois. -me abraçou pela cintura, beijando meu pescoço.-
_ Ecaaa! -olhamos pra baixos e as duas riam.-

                                (...)

  O dia foi muito diferente, me diverti bastante. E também cansei muito. De noite as meninas não queriam que a brincadeira acabasse, liguei pra Laís dando um susto daqueles nela. Que atendeu toda sensual, e era eu.
  Ela deixou Ana Clara dormir em casa e no dia seguinte ninguém iria para a escola.

_ Hora de tomar banho, né?
_ Na banheira, né mamãe?
_ É sim. Vamos, lá... Luan você cuida do jantar e eu queria muito comer comida.

  Achei melhor eu dar banho nas meninas, porque uma coisa é o Luan dar banho na Mê que é nossa filha e outra é dar banho na filha dos outros. Fui com elas pro quarto que era/é dos meus pais. Dei banho nas duas no chuveiro, depois deixei elas brincarem um pouco na banheira, e assim que as tirei da água vesti nelas a roupa de dormir e descemos.

_ Nossa que cheiro gostoso, você que fez amor?
_ Não, ela sim...
_ Ela quem? -entrei na cozinha e minha sogra estava lá mexendo no fogão.- Não acredito que você ligou pra sua mãe.
_ Liguei e ela adorou, trouxe até meu pai.
_ Cadê meu sogro? -olhei pela cozinha e ele apareceu, vindo lá de fora.-
_ Fui olhar a lua.
_ Amo casa assim, cheia. De verdade. -falei puxando a cadeira.- Cansei.
_ Cadê os mini furacões?
_ Vendo TV sentadas no sofá.
_ Dá trabalho, né?
_ Demais, Melissa sozinha é quietinha. Mas, junto com alguma outra criança não é mole não.

  Luan subiu pra tomar banho, meu sogro foi pra sala e eu fiquei beliscando uma coisinha aqui e conversando com a Mari até ficar tudo pronto e chegar a melhor parte, a parte de comer.

~.~

  Gostei desse capítulo e vocês? Haha!

PS: Ainda não respondi os comentários anteriores. Mas, até o próximo capítulo eu respondo blza? Beijos, boa noite.