{...} Abre mais a blusa, me usa! Só não pede pra parar... ♪♫

domingo, 1 de outubro de 2017

Capítulo 236

Narrado por Luan
  Terça-feira amanheceu bem quente, tão quente que acordei suando. Abri os olhos e dei graças a Deus por ter dormido de bermuda, Maria Luísa e Helena estavam deitadas comigo na cama, abraçadas a mim e dormindo. Com jeitinho afastei as duas e me levantei estava apertado para ir ao banheiro, quando sai vi um papel grudado no espelho da penteadeira da Fernanda.


"Vida, bom dia.
  Te deixei duas surpresas na cama. Volto antes do almoço tá? E levo Arthur e Melissa comigo. Te amo, até mais tarde."

  E uma marca de batom no canto do bilhete. Deixei de volta no lugar e procurei vestir uma camisa antes de descer para a sala e encontrar Maria cochilando com o Thor no colo. Beijei seu rosto e no susto ela abriu os olhos assustada, dei risada.

_ Bom dia, dona Maria.
_ Bom dia meu filho. Quer tomar café?
_ Pode ficar aí que eu me viro, viu. -pisquei e fui para a cozinha e ainda assim ela me acompanhou e ajeitou a mesinha para que eu comesse.- Obrigado, viu.
_ Não por isso. A don... Fernanda pediu pra eu perguntar o que o sen... você ia querer no almoço.
_ Ô Maria, faz aquele bife acebolado que você faz tão bem.
_ Com fritas?
_ Sim, e salada senão a mãezona surta.
_ Arroz a grega?
_ Pode ser o branco mesmo, bem basicão. Quero sentir o gostinho de casa, fiquei dias demais fora.
_ Viajando dum lado pro outro. Conhece todo canto desse Brasil, ô coisa boa.
_ Vantagens em ser cantor, graças a Deus conheci todos os estados do Brasil e os países arredores.
_ Ah que delícia, tenho vontade de viajar assim... mas morro de medo de subir nesses avião. 
_ Sabe que no começo eu também tinha?


  Maria era uma senhora muito humilde e mais que inteligente, sábia. Nossas conversas durante o café, o preparo do almoço, sempre fluíam com aquele ar de aprendizado e eu escutava cada um de seus conselhos. Eu a amo, mesmo tendo saudades da Lucila.
  Ela me deixou sozinho por uns minutos dizendo que iria ao mercado e logo voltaria. E nesse meio tempo eu enxaguei o copo que havia sujado, a faca e guardei as coisas sem derrubar farelos pelo chão varrido.


_ Papai?
_ Bom dia princesa, cadê seu chinelo? -ela apontou e Thor estava com um dos pares na boca enquanto abraçava com as patas dianteiras o outro.- Pô, cara... assim não né, meu. -falei pegando-a no colo e indo até ele.- Devolve o chinelo da Nena. -ele abaixou a cabeça cobrindo os olhinhos com as patas e deixamos os chinelos de lado.

_ E a mamãe, papai?
_ No trabalho, daqui a pouco ela vem. Quer tetê? -ela fez que não com a cabeça, mas continuou olhando para os armários.- Pãozinho?
_ Não papai, quelia brinca com a Tatá.
_ Tatá deve estar na escolinha.
_ Mas papai, ela é minha amiga.
_ Eu sei, mas suas amiguinhas também vão pra escolinha. -expliquei sem muitos detalhes, ela franziu a testa, mas não quis saber muito não e continuou pedindo pra brincar com a minha afilhada.- Vou ligar pra mãe dela depois, aí vamos lá buscar ela.
_ Tá bom. Thor!
_ Deixa ela quieto... vamos tomar café.
_ Num tô com fome papai, quelia suco só.
_ Nem um bolinho? Você vai ficar fraca e não vai conseguir brincar.
_ Então eu quelo pãozinho, papai.
_ Pãozinho, suco e o que mais?
_ Danoninho, papai. -dizia eufórica ficando em pé na cadeira.
_ Sossega ou você vai cair daí, neguinha.
_ Tá papai. -coloquei suco no copo com canudo, peguei alguns pães de queijo e o "danoninho" na geladeira.
_ Bom dia pai, bom dia Leninha.
_ Bom dia Malu. -falei beijando-a no rosto e Helena teria feito o mesmo se não estivesse com a boca toda suja.- Posso saber por quê a senhorita não foi pra escola?
_ Preguiça, pai.
_ Já aproveita e toma café.
_ Tô com fome mesmo... cadê a Maria, pai?
_ Saiu, foi no mercado. O que você quer?
_ Um misto. O dela fica muito bom.
_ O meu também. -ri.- Quer que eu faça?
_ Por favor, paizinho. -beijou minha bochecha diversas vezes. Levantei e me aventurei no fogão pela primeira vez no dia e tudo por preguiça de não saber onde estava a sanduicheira.- Pai, quando a tia Isa sai do hospital? Eu queria ver o Bernardo também. 
_ Tenho umas fotos dele no meu celular. -respondi rindo e ela fez careta.
_ Não é a mesma coisa, pai. 
_ Eu sei, mas não sei que dia eles vão para casa. Acho que ainda essa semana.
_ Poxa... e eu posso ir visitar os dois?
_ Poder, pode. Mas tinha que ir com um adulto e a Nena não entra.
_ Deixa ela com a Maria. -riu.
_ Engraçadinha. -preparei o lanche e coloquei dentro da frigideira, não demorou e estava pronto. Servi no prato e entreguei na mão da bonita.- Pronto, né? Agora vou colocar a comida do Thor.
_ Tá bom. -Malu respondeu e Helena continuou comendo sem pressa alguma, sequer prestou a atenção no que eu disse.


  Enchi de ração a vasilha do Thor e aproveitei pra trocar a água também e sentei no sofá por uns minutos.

_ Para sá ridícula.
_ Não quero, chata.
_ Eu vou contar tudo pro papai. -olhei para o corredor que dava acesso à cozinha e Helena vinha nervosa, um toquinho daqueles de braços cruzados, testa franzida e toda bicuda.- Papai a Maria Luísa pegou meu negócio.
_ O que?
_ Meu danoninho.
_ Mas tem que dividir, neném.
_ Ela tomou tudo! 
_ Pô, Malu. Aí não né... vem aqui.
_ É mentira dela, pai. Tomei um gole só... não tenho culpa se estava no final. -deu risada.
_ Pede desculpas pra ela, não foi certo.
_ Desculpa, chatinha.
_ Não sô chatinha nada, né papai?
_ É minha chatinha. -mordi sua bochecha e ela deu risada.- Terminaram de comer?
_ Sim. -responderam juntas.
_ Malu, sobe e vão escovar os dentes as duas. Aproveitem e tirem esse pijama.
_ Não vai pedir pra gente tomar banho?
_ Sua mãe vem pro almoço. -foram as palavras mágicas usadas para ela subir com a irmã e as duas tomarem banho, foi também o tempo de eu ajeitar as coisas na cozinha e Maria chegar com as compras feitas para o almoço.- Maria, tô indo jogar uma água no corpo.
_ Pode ir meu filho, agora eu dou conta aqui.
_ Helena e Maria Luísa estão no banho, qualquer coisa pode dar uns gritão viu.
_ Elas são boazinhas, seu Luan. -dizia toda fofa, mas eu conhecia bem os anjinhos que tinha dentro de casa.
_ Eu sei, sei bem. -ri.- Dois minutos e eu tô de volta. -e sai.


  Tive tempo de tomar um banho tranquilo, mas não enrolei não. Ao sair e depois de me secar, vesti uma camiseta regata, bermuda e calcei meus chinelos de volta. Desci as escadas secando o cabelo e encontrei a dupla dinâmica no sofá rindo de alguma coisa.

_ O que?
_ Papai, eu tamém quelo botar um sutiã. -Maria Luísa chorava de dar risada enquanto Helena falava toda séria.
_ Sutiã é coisa de mocinha.
_ Mas eu sô mocinha, papai. Nem uso fralda mais.
_ Mas ainda é pequena.
_ E a Malu usa por quê?
_ Porque ela é maiorzinha... deixa eu ver se você tá cheirosa... -mudei de assunto pegando-a no colo e dando um cheiro no cangote.- Passou perfume?
_ Não, a Malu esqueceu papai.
_ Eu não, aquele perfume doce que é ótimo pra atacar a minha rinite pai. -começou a resmungar e eu tive que escutar tudo calado, sem muito interagir com o assunto.
_ Cheguei crianças! -Fernanda abriu a porta e eu franzi a testa sem entender. Olhei no relógio da sala e marcavam pouco mais que 11h30 da manhã.- Oi amor.
_ Chegou cedo, amor. O que aconteceu?
_ Fechei minha agenda de hoje, reuniões só a partir da semana que vem. -selou meus lábios e foi tirando os sapatos, largando a bolsa em cima da mesa de centro e sentando no meu colo.- E também desceu pra mim e eu além de estar com cólica não tinha levado absorvente na bolsa.
_ E tá sentada no meu colo sem nada? -fiz careta e ela riu.- Acabei de trocar de roupa, se você... -ela me deu um beijo rápido e levantou dizendo que ia se trocar pra ir buscar as crianças, Arthur e Melissa.
_ Papai?
_ Oi.
_ Eu quelia um tetê agora. -deitou a cabeça no meu peito e ficou mexendo na minha barba.
_ Vai lá pedir pra Maria. -beijei seu rosto e ela desceu toda feliz.- Maria Luísa me dá esse celular aqui.
_ Ah pai, pra quê?
_ Pra eu ver com quem você tanto conversa... -ela me deu o aparelho e eu fiquei fuçando.
_ Pai, não tem nada aí.
_ Tá nervosa por quê?
_ Adolescentes precisam de privacidade as vezes... eu tô nessa idade.
_ Quem é Vitor?
_ Meu amigo, pai.
_ Leandro?
_ Outro amigo.
_ Rafael... Lucas...
_ Todos dá escola. -revirou os olhos.- Já viu?
_ Fica esperta em neguinha, eu tô de olho.
_ Eu não faço nada escondido não, eu hein.
_ Não sei. Sua irmã também não fazia e tá grávida hoje.
_ Credo pai, fica falando dessas coisas comigo.
_ Nem falei e você já está vermelha...
_ Lógico. 
_ Olha papai, Maria fez tetê rosa.
_ Que delícia hein. -ajudei ela subir e deitar no sofá.
_ Amor, vamos comigo?
_ Eu?
_ Sim. -ela descia toda toda. De vestido curto e um belo de um decote, fez um coque nos cabelos e veio até mim.- Vai ser rapidinho.
_ Avisa lá a Maria que elas vão ficar.
_ Ah, por que pai?
_ Porque sim uai. Bora muié. -levantei e ela me entregou as chaves, deixei que ela fosse até a cozinha e eu para a garagem, destravei a porta do carro e entrei, assumindo o lugar do motorista.
_ Ainda bem que só desceu hoje, né amor? Já pensou se tivesse sido na segunda?
_ Nem quero pensar. -coloquei o cinto.
_ As meninas te acordaram?
_ Eu me acordei, um calor da porra, abri olho e as duas grudadas em mim.
_ Elas estavam morrendo de saudades. Arthur também iria ficar se não tivesse prova.
_ Prova do que se nem é final de semestre?
_ Educação física. -respondeu ligando o ar condicionado e o som.
_ Ah não, abaixa isso.
_ Nem uma musiquinha, amor?
_ Não, meu amor. -beijei seu rosto e ela fez careta.- Você quer colocar som alto e ficar cantando, não dá.
_ Tá querendo dizer que eu canto mal, é isso?
_ Jamais. -comecei a rir e ela não aguentou e riu também, desfazendo a pose de esposa séria.- Arthur já está saindo?
_ Ainda não, vamos ter que buscar a Melissa primeiro. Já mandei mensagem pra ela e ela disse que está terminando de comer e espera a gente lá fora.
_ Só come também, vai ficar enorme.
_ Ela tá grávida, né amor. -fiquei quieto.- Pensei que estivesse melhor quanto a isso.
_ Não engoli essa história, mas não posso fazer nada para mudá-la. Simples assim, Fernanda. Não vou ficar soltando fogos.
_ Eu sei que não aconteceu do jeito que imaginamos, mas é nosso primeiro neto ou neta. Deveríamos estar mais felizes.
_ Tenho sete meses pra encontrar essa tal felicidade. -falei todo irônico e ela não disse mais nada, pegou o celular e mudou de assunto.- Sabe se a Tatá está em casa?
_ Sim, ela vai de manhã... por quê?
_ Helena queria brincar com as amiguinhas.
_ Quer dar uma passada lá? É aqui perto, você lembra né?
_ Mais ou menos, não venho aqui já tem um tempo.
_ Entrando a segunda direita, depois a quarta a esquerda e é a casa de esquina.
_ Ah, lembrei... liga pra Cá.
_ Vou ligar. -ajustei o ar condicionado mais uma vez e aproveitei o semáforo fechado para olhar as notificações do celular.- Oi, Cá... tudo bem? -Fernanda enrolava no telefone que uma beleza, as duas tiveram uma breve conversa e logo ela desligou.
_ E aí?
_ Disse que vai arrumar a bolsa dela é que podemos passar lá.
_ Ainda bem, porque já estamos quase na casa deles. Davi tá lá?
_ Não sei não, amor. Provavelmente sim.

  Não demorou cinco minutos e eu estacionei em frente a casa, buzinei e a Nanda desceu. Carina apareceu no portão e eis que Taís surgiu entre as pernas dela.

_ Padrinho! -gritou e veio correndo, não ligou de se pendurar na porta do carro para beijar meu rosto.- Oi.
_ Oi minha linda, tudo bom?
_ Uhuum, eu vou na sua casa a minha mamãe disse.
_ E vai mesmo, cadê sua bolsa?
_ Vou pegar. -desceu e voltou correndo para dentro de casa. Abri a porta do carro e também desci, fui até as meninas e cumprimentei Carina com um abraço e beijo no rosto.
_ Cadê o digníssimo esposo?
_ Na minha sogra desde cedo, ele descobre que ele está de folga e sequestra meu marido. –riu.– Entra gente, vou pegar a bolsa da Taís.
_ Vou entrar sim, preciso usar o banheiro. -falei entrando e Fernanda vindo atrás. Entramos, usei o banheiro e quando voltei minha pequena já estava pronta e dando tchau pra mãe.- Tchau, Carina. Até mais tarde.
_ Até, vão com Deus. E Tatá, já sabe né?
_ Obedecer o padrinho, já sei mamãe. -e fomos para o carro. Buscamos Melissa, depois Arthur e voltamos para casa.- Padrinho, a Nena tá aí?
_ Tá, pode descer... vai lá brincar. -ela não esperou mesmo não, abri a porta do carro e ela desceu correndo, entrou e foi pegando Thor no colo pra dar beijo.
_ Helena, olha quem chegou.
_ Tatá! -as duas se abraçaram e eu subi para deixar a bolsa da Taís no quarto, e desci.- Papai, vamos no meu quarto tá?
_ Lá embaixo no quarto de brinquedos, nada de ficar passeando na escada.
_ Tá bom papai. Vem Tatá, vamos lá no quarto de brincar. -e desceram.
_ Fernanda.
_ Oi amor.
_ Nada, só queria te chamar.
_ Idiota. -riu.- Arthur, pelo amor de Deus... você está todo suado meu filho, vai tomar um banho.
_ Mãe, eu quero almoçar primeiro.
_ A gente vai te esperar, vai lá meu anjo.
_ Eu tô suando, mas vou esperar a comida.
_ Gorda. -Arthur falou no ouvido da irmã e subiu correndo para o quarto dele, levando a mochila junto.
_ Tatá vai dormir aqui, é?
_ Não sei, vai depender do seu pai. 
_ Não sei de nada.
_ Amor, elas são crianças.
_ Elas acordam cedo, amor. Cedo. E eu gosto de dormir.
_ Meu velhinho. -me beijou e deitou a cabeça no meu colo.- Melissa, o que é isso?
_ Isso o que, mãe? -olhei sem entender e Melissa olhou para a roupa.- Sangue... eu vou no banheiro. -e subiu para o quarto, Fernanda foi atrás e eu não podia fazer nada, então fiquei na sala esperando.
_ Luan!?
_ Oi, amor.
_ Melissa está com sangramento, precisa ir no pronto socorro... agora.
_ Tá, vamos. Precisa de ajuda pra descer?
_ É melhor né. -subi e trouxe minha filha nos braços até o carro. Maria Luísa, Arthur e Maria estavam preocupados assim como eu, os três parados na porta e Fernanda vindo logo atrás com a bolsa.- Maria, estamos indo e eu ligo quando tivermos notícias tá?
_ Mãe, meu bebê. -escutei Melissa dizer e pelo retrovisor vi que ela estava chorando.
_ Melissa, filha, não chora... Fica calma.


  Dirigi depressa para o hospital em que tínhamos convênio e era um dos melhores da região. Chegando lá Fernanda foi na frente e não demorou para que viessem dois enfermeiros com uma cadeira de rodas para levarem minha filha. Assim que ela entrou no hospital eu estacionei melhor o carro é desci.

_ E ai?
_ Ela acabou de dar entrada, estou fazendo a filha dela agora.
_ Tá, mas não tenha ideia do que seja?
_ Luan, eu não sou médica. -respondeu ríspida.- Aí meu deus, desculpa, eu tô nervosa.
_ Tá tudo bem, vai ficar tudo bem.


   Falei mais pra mim do que pra ela.
  Sei que ficamos duas horas esperando do lado de fora da sala em que ela estava, o médico plantonista apareceu por volta de 15h e falou que a Melissa estava bem, mas que havia perdido o bebê e ainda não tinha recebido a notícia.
  Fernanda desabou, chorou tudo o que tinha pra chorar enquanto estava abraçada a mim e foi se recompondo aos poucos, sem saber o que dizer.


_ Por que com ela meu Deus, por que?
_ Amor, você precisa se acalmar.
_ Eu não quero me acalmar, eu perdi um neto. -esbravejou. Me afastei um pouco e liguei para o meu genro, ele era o pai e precisava saber.
_ Fala sogrão, beleza?
_ Você está em casa? Precisava falar com você.
_ Cheguei tem uns minutos. É urgente?
_ A Melissa teve um sangramento, viemos para o hospital o mais rápido possível, mas chegando aqui ela foi examinada e o médico nos disse que ela perdeu o bebê.
_ PORRA! Como isso foi acontecer!? -gritou.- Nosso filho. Caralho! Por quê?
_ Ela ainda não sabe o que aconteceu, e pensei que fosse melhor que você também estivesse aqui quando ela recebesse a notícia.
_ Tô indo pra aí, me manda o endereço?
_ Vou mandar por mensagem. Venha com cuidado, cara. Ela tá bem.
_ Eu sei que sim. -e desligamos. Voltei para perto da minha esposa e ela estava com o rosto vermelho de tanto chorar, lhe abracei e ela chorou mais ainda.
_ Amor...
_ Dói demais, meu deus. Que Deus ajude e ela consiga se reerguer, porque é uma grande perda.
_ Ela ainda é nova, tem muito o que viver e vai ter tempo de engravidar outra vez.
_ Não é bem assim, Luan.
_ Fernanda.
_ Você nunca vai entender, você não é mãe. -falou grosseira outra vez, respirei fundo e não disse mais nada até meu genro chegar.- Ô meu filho.
_ Por que, cara? -os dois se abraçaram e voltaram a chorar, sentei no banco e apoiei meus braços nas pernas e abaixei a cabeça. Fiquei assim por um tempo, tempo suficiente para Melissa acordar e o médico nos chamar para juntos darmos a notícia. E foi triste. Melissa não teve uma reação na hora, escutou tudo calada, de cabeça baixa e não derramou uma lágrima. O médico saiu da sala e ela disse que queria ficar sozinha, Leonardo saiu da sala, Fernanda também e eu não respeitei esse momento. Permaneci ali.
_ Pai, por favor. Me deixa sozinha. -me olhou com os olhos cheios d'água e derramou uma lágrima solitária.
_ Não gosto de te ver tristinha assim. Você não está sozinha.
_ Não foi o que pareceu. Pra falar a verdade o senhor deve estar bem contente, não é? Nunca aceitou minha gravidez mesmo.
_ Também não é assim. Não é porque eu não estava contente que eu desejei que você perdesse a criança, Melissa. Sou seu pai, nunca iria querer o seu mal.
_ Sei bem.
_ Independente do que tenha acontecido, você não precisa passar por isso sozinha, essa dor não é só sua. -ela ficou quieta.- Olha, você é nova. Nova é saudável, vai ter todo o tempo do mundo para engravidar outras vezes. Vai ser difícil pra um pai ciumento? Sim, mas vai acontecer.
_ Pai... chega, não quero ouvir nada, nem falar nada. -me aproximei mais e a abracei, foi nesse momento que ela chorou. Deixou toda aquela armadura e chorou igual uma criança, chorou de soluçar e eu ali afagando seus cabelos, abraçando-a o mais forte que eu podia e que a situação de fragilidade me permitia.- Pai...
_ Não precisa dizer nada, tá? 
_ Eu amo você.











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      Xovanna! O que cê fez!? O.o
  Calma pessu, calma que tudo tem um "porquê". Vocês confiam em mim? (Não! 😂)
    Volto no próximo chapter. Bj, bom começo de mês pra nós! ❤

4 comentários:

  1. Eu confio de olhos fechados hahahaha
    Capítulo sensacional amg , uma pena a Mel perder o baby , mas enfim como disse confio na Srta .
    Espero que a família se una mais nesse momento , o Luan mesmo que estava mais afastado da Mel ultimamente .
    Stephanie Santana

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    1. Como ela é linda, rs.
      Família unida permanece unida, mesmo com as tretas que foram muitas. Corre pra ler o próximo e ver como isso continua!

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  2. Aí gente que triste,não sei pq mas quase chorei quando o leo recebeu a notícia,espero que tudo fique bem

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    1. Foi bem inesperado, estava tudo bem com ela e com o bebê. Queremos que tudo fique muito bem, bem mesmo.

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Girls, fiquem à vontade. Esse espaço é de vocês!