Capítulo 134

Narrado por Fernanda
  Nosso término do jantar foi de uma importância sem igual, colocamos os pingos nos "i" e decidimos que iríamos voltar a namorar. Mas, foi o que eu tinha dito antes e deixei claro que ele teria que reconquistar sim minha confiança, eu ainda não estava 100% confiante, estava com medo de me dar essa chance de ser feliz e quebrar a cara.
  Enfim... Terminamos a noite em seu quarto no hotel, selando a paz e dormindo de conchinha mesmo com aquele calor que estava dando até agonia.
  Na manhã seguinte, ele acordou cedo e me acordou também. Tomamos banho, trocamos de roupa e ele pediu o café no quarto. Eu estava quieta, bem pensativa e ele todo brincalhão me arrancando sorrisos e me tirando dos devaneios, sempre.

_ Não faz de ideia de como acordei bem, acordei feliz.
_ E posso saber o motivo?
_ Você. Você voltou pra mim. -disse segurando meu rosto e me dando um beijo.- Agora iremos ficar bem, se Deus quiser! -ergueeu as mãos pro alto.-
_ Amém.
_ Sabe, agora que a gente voltou mesmo eu... Queria que voltasse usar isso aqui! -disse se levantando e indo mexer em sua mochila.- Toma.
_ Minha aliança, você guardou?
_ Sim, ficou todo esse tempo esperando pra voltar pro lugar certo.
_ Que lindo esse meu namorado gente. Um amor mesmo.
_ Eu sei. Agora bora comer que eu tô com fome.
_ Também, esses dias de puro exercício não tem sido fácil pra mim. -falei enquanto passava a faca com requeijão na torrada.- Mas, sabe que tem sido bom?
_ Tem sido ótimo, melhor ainda que não desceu pra você. Oh que coisa boa!
_ Luan!
_ Vai dizer que não, amor? Olha pode viajar mais vezes comigo, eu vou amar sabia?
_ Claro que sei. -risos.- Minha companhia é muito importante mesmo.
_ Convencida (selinho). E meu cunhado?
_ Tá bem e grandão! Quer dizer, maior do que quando eu voltei pra cá. Tão lindo.
_ Sua mãe não vem pra cá?
_ Parece que vem em Setembro, e ficam aqui até o fim do ano. -contei muito contente, bem feliz por ter meus pais em casa por alguns meses.- Nem acredito.
_ Tô com saudade do sogrão!
_ E ele de você, todo dia que liga pergunta.
_ E você fala o que?
_ Que você está bem, ué...

  Aquela nossa manhã foi de por o papo em dia realmente. Contei à ele o que havia acontecido nesse tempo em que nos distanciamos e vice-versa. Quando fomos ver já estava quase no horário de almoço, tínhamos que arrumar as malas pra viajar pra outra cidade. Primeiro lhe fiz companhia e depois que ele estava pronto fomos para o meu quarto arrumar minhas coisas.

_ Pra que tanta roupa? Me fala... -dizia ele dobrando meus shorts.-
_ Opções diferentes, mulher gosta disso, diversidade.
_ Aé?
_ É. E nem vem que você traz mais roupas que eu, tá...
_ Mas, é diferente. Por causa dos shows, rádios e outras entrevistas eu sempre tenho que estar com um look diferente.
_ Hmm... Jura? Já vi montagem de fotos suas repetindo roupas. -brinquei.-
_ Eu não ligo pra isso não, pra mim qualquer coisa tá bom.
_ Eu não tenho frescura pra me vestir, só que tem dias que eu não encontro nada pra vestir.
_ Mulheres. -se levantou e entrou no banheiro, meu celular começou tocar e parei o que estava fazendo para atender.-
_ Oi Lila.
_ Quando você volta, hein? -dizia manhosa.- Preciso de você aqui!
_ O que aconteceu Lila?
_ Briguei com o meu marido, tô estressada e as crianças não param de chorar.
_ Amiga se controla, quer contar o que aconteceu? -Luan saiu do banheiro perguntando quem era, mas falei que era minha amiga.-
_ Ele quer tudo do jeito dele, ou melhor, tudo ele quer dar palpite.
_ Mas, ele é seu marido.
_ Dane-se! Eu não casei pra ser pau mandado de ninguém.
_ E quer que eu faça o que? Não posso me meter em brigas de marido e mulher.
_ Não mesmo. -Luan concordou rindo.-
_ Eu sei, mas só você pra me aconselhar amiga. Tô perdida, minha primeira briga depois de casada há meses.
_ Ok. Vamos com calma... -me sentei na cama, e escutei (ou tentei) calmamente ela me contar sobre a briga. Luan estava entediado, tinha dobrado todas as minhas roupas que ainda faltavam e estava brincando com os meus cabelos enquanto sua mão livre acariciava minha barriga.- Viu só, você tem que deixar de ser mimada e conversar como gente grande.
_ Tá me chamando de infantil?
_ Estou dizendo que você tem que conversar como adulta, você e seu marido. Eu não vou poder resolver, mesmo sendo sua amiga.
_ Tá eu no fundo sabia disso. No fundo eu precisava desabafar e obrigada por me ouvir.
_ Ligue sempre que quiser, amiga.
_ Liga quando ela não estiver ocupada, seria bom. -Luan falou despreocupado.-
_ Oi? Luan está no seu quarto? Amiga!
_ Tchau, depois nos falamos. -disse desligando.-
_ Pensei que não ia desligar nunca mais.
_ Nunca aconselhou seus amigos?
_ De verdade? -assenti.- Nunca.
_ Que tipo de amigo é você, amor?
_ Do tipo que nunca foi bom com isso. -me beijou.- Já você pelo visto...
_ Sou mulher.
_ Grande coisa. -revirou os olhos levando um tapa por isso.- O que acha de dar uma namorada, hein?
_ Acho que temos que descer, olha a hora já. -olhei pro relógio e depois pra ele que estava com carinha de cachorro sem dono.-
_ Preciso confiscar seu celular. Cê ficou quase duas horas no celular e agora que desligou não temos tempo pra nada.
_ Eu precisava atender amor.
_ Agora é amor, né? É pra ver se melhora minha cara?
_ Tá bom então, ogro!
_ Deixa de ser malcriada.
_ Não e vamos logo!

  Nos levantamos e pegamos as malas, na verdade ele quem pegou. Eu fiquei só com a minha bolsa, levei nossos celulares e fomos direto pra van. Não tinha ninguém na entrada no hotel, talvez os próprios seguranças haviam dito que ele iria embora.
  Seguimos para o aeroporto e o movimento era maior, eu entrei no jatinho e esperei por ele lá dentro.

_ Amor, vem cá...
_ Tô com o cinto já.
_ É rápido, pra você conhecer uma pessoa.
_ Conhecer quem Luan?
_ Desce aqui logo vai... -a insistência dele despertou minha curiosidade, desci do jatinho e lá estava ele um pouco à frente do jatinho e com uma mulher do lado, toda bonitona com um corpo bem definido, e um shorts pequeno por conta do calor. Fui chegando perto e ela meio que tossiu e Luan olhou pra trás.- Amor, queria que conhecesse ele.
_ Ele? -perguntei olhando estranho pra mulher, sem disfarçar em momento algum.-
_ Luan. -olhei e só então percebi que ele trazia no colo uma criança, um menino lindo por sinal.- Lindo né?
_ Oi Luan, tudo bem?
_ Ele queria te conhecer, disse que era seu namorado. -ri sem graça. O peguei no colo dando um abraço apertado, um beijo no rosto. Olhei seus olhos e notei seu sorriso inocente, puro e sincero.-
_ Você é muito linda.
_ Obrigada. Quantos anos você tem?
_ Cinco. Bem grande já, né? -ele desatou a falar e não queria parar nunca mais, tiramos fotos juntos. Luan era uma fofura, pensei em fazer uma troca de Luan's mas quando vi aquela oferecida se fazendo de santa não pude, mudei de ideia. Nos despedimos e fomos pro jatinho.-
_ Viu que linda amor...
_ Linda?
_ É, uai. Minha fã. Colocou o nome do filho de Luan por minha causa.
_ Hmm... Ele era uma gracinha, muito fofo e olha nossa foto que amor.
_ Não gostou é? -perguntou rindo e me abraçando de lado.- Fica com ciúmes não, eu amo minha fã e amo mais ainda minha namorada. -tentei virar meu rosto, mas ele o segurou me roubando um beijo de língua daqueles que deixam qualquer uma com a garganta seca e pedindo por muita água.- Ôh saudade que eu tava de beijar essa boca.
_ Beijou outras? -perguntei séria e sendo sincera.-
_ Nem três... Mas, não passou de beijos.. -coçou a nuca.- E você?
_ Fiquei com uma pessoa só. -falei me lembrando do Davi, mas não com ar de vitoriosa e sim com uma lembrança boa.-
_ Eu conheço?
_ Não vai fazer diferença na nossa vida. É com você que eu estou e ponto.
_ Ótima em fugir desses assuntos, não é mesmo?
_ É que não valem a pena, eu sei que eu quem começou com isso. Mas, se queremos "apagar" o passado, não vale a pena ficar remoendo né.
_ Tem razão (selinho).
_ Estou sentindo esse cheiro de tinta? -Juliano perguntou já com o jatinho decolando.-
_ De tinta? Que tinta?
_ É que pintou um clima no ar... -não teve quem não riu daquela idiotice, mas isso foi o apenas o começo de muita zoação porque agora Luan tinha voltado a namorar e não haveria mais estresse, não haveria patadas, e eu apenas me divertia com tudo isso. Assim seguindo a viagem.-

                                   (...)

  Desembarcamos em (sua cidade - seu estado) e o clima estava bem agradável, tranquilo e uma linda tarde. No aeroporto nos encontramos com oitos fãs, simpáticos e super alto astral que ri muito, tiramos fotos, snaps e demos tchau dizendo que nos veríamos mais tarde no show.
  Chegando no hotel fomos comer todos juntos, depois Luan iria pra academia e eu combinei com as meninas de irmos pro shopping.

_ Mas vocês já vieram aqui antes, não foi? -perguntei sentada na cama esperando que elas terminassem de se arrumar.-
_ Viemos e o salão daqui é ótimo. E estou precisando retocar as luzes mesmo.
_ Eu tô querendo cortar meu cabelo um pouco.
_ Vai dar uma super diferença. -Marla comentou.-
_ É bom, pra entrar em uma nova fase (risos). Mudanças melhores são sempre bem vindas. E compras também.
_ Isso é fato. -Kari disse.- Partiu?
_ E a foto? -Marla brincou já indo pra frente do espelho.-

@marlapteixeira: E bora dar uma volta com as minhas meninas nessa cidade linda com m de maravilhosa. ❤

  Descemos até o hall e pedimos um táxi, seguimos para o shopping apreciando toda a paisagem que víamos pela janela. Quando chegamos em frente ao shopping comemoramos muito, bem nós mesmo. Entramos sem saber por onde começar, mas aí pensamos que se queríamos dar uma repaginada, renovar um pouco as roupas... Tínhamos que ir ao salão primeiro.

_ Tintura?
_ Não, pelo amor de deus! Tinta aqui nem depois dos fios brancos. -falei e as meninas deram risada.- Na verdade eu quero mesmo um corte, um corte mais jovial. Só que não quero que tire muito do comprimento.
_ Já sei o que precisa, esse aqui seria perfeito. -disse pegando uma revista e nela muitos cortes, decidi que faria um bonito e que eu nunca tinha feito antes. Mostrei a ele e fiquei mexendo no celular durante todo o processo.-

  Ok. Foram algumas horas, mas em compensação fizemos as unhas, sobrancelhas e limpeza de pele. Depois de pagar foi a hora de dar uma volta pelo shopping e comprar roupas e acessórios, e eu amei tipo muito, muito mesmo.

_ Meu look de hoje está pronto.
_ Os nossos estão. -Kari dizia.- Aí gente, deu uma fome... Vamos comer?
_ No subway, né?
_ Pode ser meninas, eu topo. -falei e fomos.-

  Montamos nosso lanche e comemos em meio à fofocas, quer dizer, conversando sobre a vida delas e eu contando um pouco mais do mundo de Fernanda a advogada, empresária e dançarina. Eram raras as vezes que eu viajava com o Luan e tinha tempo de sentar mesmo e conversar com as meninas e assim nossa tarde estava indo embora.
  Voltamos pro hotel e dei de cara com o Luan dormindo na cama, de bunda pra cima todo largado. Aproveitei e fui guardar minhas coisas, depois tomei um banho rápido e fui me deitar com ele.

Narrado por Luan
  Voltei da academia e nem sinal da Nanda, tentei o celular e nada. Deveria estar com as meninas, por isso não liguei. Tomei banho, comi e fui dormir. Quando acordei horas mais tarde ela estava virada de costas pra mim abraçando o travesseiro e os cabelos jogados pra frente cobrindo seu rosto.

  Pensei até em acordá-la, mas preferi começar me arrumar. Quando vi que estava perto da hora de sairmos olhei pra cama e ela estava mexendo no celular, bem quietinha.

_ Vai levantar não preguiça?
_ Daqui a pouco, tenho que fazer minha maquiagem e trocar de roupa só.
_ Hmm... E onde passou o dia todo? -perguntei curioso e escutei sua risada abafada.-
_ No shopping com as meninas, passamos no salão, fizemos algumas compras e fomos comer, e viemos embora.
_ Bem a cara de vocês mesmo. Mexeu no cabelo? -perguntei e ela sentou na cama sorrindo.-
_ Você reparou? Jura? -assenti. Mas, era mentira, eu nem sequer tinha notado.- Gostou do corte?
_ Sim, mas por que você cortou?
_ Pra mudar um pouco, depois cresce de novo. Relaxa.
_ Não dá. Gostava do seu cabelo na bunda mesmo.
_ Aí sem or, não mereço. Vou até me trocar depois disso. -levantou da cama e ia passando direto por mim sem nem me olhar, lhe puxei pela cintura roubando um beijo e deixando ela sair. Pude olhar seu cabelo de costa e tinha ficado bonito, e não tão curto quanto eu imaginei.-

  Fernanda não demorou pra ficar pronta, terminou primeiro que eu e ficou me apressando o tempo inteiro. Quando descemos ela foi rindo de algo em seu celular, não perguntei o que era, mas fiquei tentando curiar.

_ Olha o que sua irmã me mandou... -mostrou um vídeo da Melissa maquiando meu pai, sombras, batom e blush.- Esse meu sogro viu.
_ Melissa abusa do meu pai. Olha isso Testa! -o vídeo foi comentado durante todo o caminho. Chegamos e tudo corria bem, os fãs no camarim, Fernanda tirando fotos com o meu celular, invadindo o meu snap. Tudo normal.

  Subi no palco e todo aquele público contagia, amava aquela cidade e todos os meus fã-clubes de lá também. No meio do show vi um cartaz muito ousado, até conversei com a fã que quase desmaiou. Segui com o show e me emocionou muito ver que na platéia tinha uma menininha que deveria ter a idade da Melissa, pedi pra pegarem ela e cantamos juntos. Foi lindo. O show chegou ao fim e junto com ele chegou minha canseira, tava com dor nas costas e minhas pernas bem doloridas.

  Sentei e fiquei mexendo no celular, olhando as fotos e peguei uma da Nanda pra postar.

@luansantana: Ficou foi linda de cabelo mais curto. Né amors? Como eu amo essa mulher, toda minha. ❤ 

_ Nossa, quem mandou publicar minha foto?

_ Tá no meu celular, né linda.

_ Mesmo assim... Gosta de me expor.

_ Ficou linda.

_ Eu sei (selinho). Tá com uma carinha de cansado, amor. -disse se sentando no meu colo e alisando meu rosto.- Tá tudo bem? -assenti.- Não vai falar?
_ Daqui a pouco passa, tô com um pouco de dor nas minhas costas.
_ Quer uma massagem?
_ Tá afim?
_ No hotel eu faço. -nos beijamos, eu pondo a mão em suas costas e quando a coisa estava ficando ainda melhor nos interromperam.- Tinha que ser né, sabe a melhor hora pra chegar.
_ Desculpa aí casal.
_ Isso é inveja, Nanda. Queria meu beijo também, mas sabe que eu não gosto dessas coisa.
_ Gosta só de mim, né amor? -assenti rindo junto com o Testa.-
_ Bora?
_ Bora.

  Coloquei minha touca, peguei minha blusa porque soube que estava um vento frio do lado de fora. Dei a mão pra Fernanda e fomos em direção ao estacionamento.

  O estacionamento era fechado, então entramos na van e saímos direto pro hotel. Ainda fizemos uma pequena parada em uma padaria, porque a dona Fernanda e a Karielle queriam sonho, uma hora daquela... Depois fomos pro hotel de boa, bem tranquilo o trânsito.
  Assim que subimos pro quarto nos despedimos dos outros e eu fui tomar um banho, quando saí Fernanda já estava de pijama. Coloquei uma cueca e me deitei deixando que ela fizesse aquela massagem maravilhosa nas minhas costas, e pude então relaxar, melhorar da dor e dormir com seus carinhos. Como eu pedi isso à Deus, obrigada por isso Senhor. Amo essa mulher.

~.~

  In love ❤

PS: Voltei amores! Vamos começar bem a semana, ainda em clima de reconciliação. Passando pra desejar desde já, uma boa semana. Beijão!