Capítulo 57

Narrado por Fernanda
  A cara dele com a minha última frase foi a melhor, eu deveria ter filmado porque ficou hilária. Enchi um copo grande com água bem gelada e tomei de uma só vez pra ver se diminuía o calor e minha sede passasse. Ofereci ao Luan que não quis, e então ficamos assim. Um olhando pra cara do outro, sem dizer nada, sem fazer nada. Apenas nos encarando.

_ Luan!? -perguntou minha mãe entrando na cozinha.- Não sabia que viria, Fernanda não disse nada. Tá tudo bem?
_ Vim fazer uma surpresa. Tudo bom?
_ Sim. Que ótimo, Fernanda estava reclamando que estava sozinha mesmo.
_ Eu não, tem dias que eu prefiro mesmo. -falei e ela me repreendeu com um olhar.- Veio buscar alguma coisa, mãe?
_ Água. Seu pai está com muita sede. -riu sem jeito, e por conta dos cabelos bagunçados eu deduzi que estavam bem ocupadinhos.-
_ Aqui, pode levar. -entreguei a jarra e ele saiu.-
_ Era impressão minha ou sua mãe está vestida só com uma camisa? -perguntou rindo e eu mostrei o dedo do meio pra ele mesmo.- Só perguntei uai.
_ Seu problema é esse, você pergunta demais.
_ Cara, que estranho. Você não acha nojento não?
_ Minha mãe é sortuda, e meu pai pós-graduado em sexo. Porque minha mãe teve outros dois namorados, mas perdeu a virgindade com o meu pai e isso depois do casamento. Ou seja, se ela aos 45 não enjoou dele é porque ele é foda.
_ Você não disse isso, olha as coisas que você repara.
_ Normal, Luan. Minha mãe de santa só tem a cara, mas não vou entrar em detalhes porque eu tenho certeza que nesse exato momento você está imaginando a minha mãe nua! -joguei o resto de água do copo nele.- Cachorro!
_ Sua mãe é gata demais, com todo respeito. -ergueu as mãos.- Só que a filha dela é bem mais viu, rapaiz.
_ Chaveco barato. Meu deus!
_ Vai fazer nada hoje?
_ Tenho que falar com a sua irmã, por quê?
_ Falar o que com a Bruna?
_ Sobre a nossa viagem gato, Barça nos espera.
_ Só as duas?
_ Sim.
_ Nunca.
_ Sonha viu, pode sonhar.

  Voltamos pra sala e ele sentou no sofá, do meu lado e me puxou pro colo dele e eu que não sou trouxa não reclamei e fiquei bem aconchegante. Isso até minha festa acabar, alguém ligou no celular dele e ele disse que já estava indo.

_ Bora num churrasco?
_ Churrasco? Na casa de quem?
_ Duduzera, já está começando...
_ Hum, não sei viu. Mulher dele é aquela que fala muito, ela é muito curiosa. Não sei se tenho paciência pra isso não.
_ Não fala assim da Sô, que ela é muito legal.
_ Muito que elogia, hein.
_ Vai ir ou não?
_ Não sei, vai que...
_ Vamos logo Fernanda, deixa de enrolar.
_ Bom. Você vai ter que esperar eu me arrumar...
_ Não vai ter ninguém de importante, só alguns amigos.
_ Vou até passar perfume. -falei levantando e subi correndo pro quarto.-

  Tomei uma chuveirada, e abri o closet indo atrás de um look qualquer. Mas eu não ia toda feia, isso jamais. Peguei um look razoável, caphichei no salto e apenas soltei os cabelos e desci com a minha bolsa.

_ Minha nossa senhora! -pôs a mão no peito.- Você não quer por mais roupa não? Sei que estamos no verão, mas nem por isso você precisa ir pelada!
_ Tá calor, estou vestida. Não me estressa!
_ Fica bem pertinho de mim, por favor tá.

  Dei risada e saímos. Já que ele estava de carro eu fui de carona mesmo. E demoramos quase uma hora pra chegar no condomínio do Dudu, haviam carros pra dar e vender. A música alta nos dava a impressão de uma festa, e era só uma resenha deles. "Ok, né. Imagina o tanto de homens... Eita Fernanda, vamos segurar a tcheca."
  Luan assim que travou o carro pegou na minha mão e fomos até a porta, quem nos recebeu foi um menininho muito lindo. O Nicolas e atrás dele a Sr. Curiosa... "Ops, a Soraya."

_ Luan, trouxe a namorada? -perguntou rindo.- Sabe que eu lembro de você, viu.
_ Aniversário da Mê. -sorri sem jeito quando ela me cumprimentou com um beijo no rosto.-
_ Nossa, mas você não namorava com o... -quando ela ia falar mais um pouco o Dudu apareceu, para a minha alegria e não constrangimento.-
_ Fala aí cara. -se cumprimentaram.-
_ Entra aí. Oi, Fernanda. -beijou meu rosto.- Fica à vontade viu.
_ Ah sim. Obrigada.

  Fomos de fato entrando e na sala não  tinha ninguém, mas foi passar pro quintal e fomos a atração. Olhares atraídos e Luan segurou firme minha mão e foi me puxando pra cumprimentar alguns amigos. Entre eles, Lucas Lucco.

_ Meu deus! Que homem. -não me segurei e eles deram risada.- Quer dizer... Oi, Lucas.
_ Já nos conhecemos linda?
_ Meu pai, Hugo Marquês. Participei de uma reunião de vocês.
_ Nossa, você que era a advogada gostosa? -Luan disfarçou e saiu de perto, e eu percebendo não estendi muito o assunto e fui atrás dele que estava sentado no sofá da sala olhando uma bebezinha brincar no tapete.-
_ Ei. Tá tudo bem?
_ Eu tô tranquilo, né Manu. -pegou a pequena no colo.-
_ Então tá, né... Ela que é a filhinha deles?
_ Uhuum, Manuzita... Manuzita do tio, né...
_ Deixa de babar na minha filha, vai...
_ Ela é linda. -falei e estendi os braços e ela veio toda desconfiada, mas veio.- Tudo bem pequena?
_ Você não pensa em ser mãe, não?
_ Eu não. Não levo o menor jeito pra isso e nem namorado eu tenho. -"Indireta retissima."-
_ Já vi você com a Mel e olha, vocês duas parecem muito mãe e filha. Nem parece que a mãe daquela menina linda e toda meiga é a desmiolada da Ester.
_ Você conhece a Ester? -perguntei curiosa.-
_ Estudamos juntos e ela sempre foi assim, biscate, oportunista...
_ E linda, porque a bicha pode até não prestar. Mas é bonita!

  Engatamos em um papo super bacana, sobre crianças e tudo que envolvia família. Luan estava concentrado na nossa conversa, mas logo foi conversar com os amigos e eu continuei com a Soraya. Nós não éramos as únicas mulheres, porém não gostamos das outras então a gente nem se misturou.
  Inventaram de pegar o violão, a resenha se estendeu por altas horas. Nicolas até estava em meu colo já que a Soraya tentava fazer a Manu dormir e ele manhoso queria um colo.

_ Ê cara, no colo da minha muié?
_ Deixa de ser besta, Luan. -falei deitando a cabeça do Nicolas em meu peito.-
_ Opa, quer me deitar aí não?
_ Também quero hein... -começou a zoeira e eu mandei todos eles irem a merda.-
_ Aí Pichuletinha, ele dormiu.
_ Eu não aguento carregar ele não, Luan. -falei e ele chamou o Dudu que levou o filho.- Já deu né? Quero dormir, e tô ficando com frio.
_ Frio? Numa lua dessa...
_ Eu tô com frio. -cruzei os braços e ele se levantou e entrou, demorou uns minutos e quando voltou estava com a blusa de frio na mão.- É sua?
_ É. Tava no carro. -me entregou, eu vesti e deitei a cabeça em seu ombro.-

  Meu sono era maior que eu e não demorou para que eu cochilasse e ele me levasse pro carro. Só que ele é tão cara de pau que me levou pra casa dele, dizendo estar cansado pra dirigir. Entramos em silêncio e fomos direto pro quarto. Onde tirei a roupa que vestia trocando por uma camisa dele e me deitei.

    ...

  Essa vibe casal está me interessando, ficando um pouco séria. Comprovei isso quando eu não consegui ficar com outros homens, nem mesmo de beijo.

   ...

  Chegamos à sexta-feira aniversário da minha mãe e a festa foi algo mais íntimo. Amigas dela e pronto. Pra dizer que não tinham homens, tinha meu pai, Amarildo, Luan, Danilo. Mas estavam todos no salão de jogos e as moças se divertindo na piscina.
  Dona Analice dificilmente comemorava i aniversário com festas, essa foi uma excessão e foi bem bacana. Depois que todos foram embora ela e meu pai saíram para comemorar à dois.

   ...

  Outra coisa que aconteceu foi o Luan ter ido viajar com sua familia e alguns amigos durante uma semana e meia, foram para o Caribe mais uma vez. Eu até fui convidada, mas preferi ficar na minha casa com minha família. Ou melhor, e ir pra casa da mamis da minha mãe.
  Dona Elize era a melhor vó, daquelas que gostava de cozinhar de tudo para a neta linda aqui. (risos)

  Enfim... Voltamos pra casa praticamente todos juntos. E como em Fevereiro iríamos voltar das férias da empresa também. Meu pai quis viajar pro Guarujá, para descansar, passar uns dias. E como nunca chegava minha viagem pra Barcelona, chamei a Bru pra ir com a gente.

_ Super aceito, estou arrumando as malas. -disse rindo.-
_ Porque eu não fui convidado? Preconceito comigo?
_ Não pensei que fosse querer ir...
_ Querer eu não queria, meus planos com você eram outros, Fernanda... Mas já que não vai rolar eu vou com vocês também. -falou decidido.-

  Quando meus pais ficaram sabendo preferiram chamar Marizete e Amarildo também e eu chamei meu outro grude, Dalila. E fomos todos. Todos rumo à uma das melhores viagens das nossas vidas, pelo menos a minha né.

~.~

    Eu amando esse capítulo! Fernanda e seu lado mãe me fazem morrer de amores. Que linda!

PS: Meninas, as fotos começaram à dar problemas novamente. Eu coloco. Ficam uns dois dias e saem. Não sei como farei, mas vou tentando melhorar. Oks? Beijos!