Capítulo 65

Narrado por Luan
  Sim, eu fiquei chateado que tivemos que ir embora e não deu pra fazer um programa normal de um casal e uma criança. Mas isso foi muito bem recompensado com uma transa surpresa mesmo e um momento tão nosso, eu disse sim que lhe amava. Embora não tive resposta depois o beijo, eu estava sendo sincero e também era bom que ela soubesse que eu a amava.
  Nos vestimos com muito jeitinho e voltamos a assistir o filme que estava em seus minutos finais. Ao acabar já vi que era hora de ir pra casa. Nem quis trocar a roupa da Melissa, Fernanda nos levou até a porta e entramos rapidinho no carro e voltamos pra casa.

_ Ué, mas já chegaram?
_ É mamusca, nosso passeio foi rapidinho. -joguei a mochilinha dela em cima do sofá.-
_ Vó, eu andei no tigue!
_ Andou no tigre, meu deus! Luan!
_ Mãe, segundo minha namorada ele gosta de crianças e é inofensivo.
_ Continua sendo um tigre e tendo dentes ótimos e um estômago gigante.
_ Relaxa dona Cristina. -beijei seu rosto.- Melissa gostou muito!
_ É, gostou mesmo. -dizia ela.- E depois vó a menina pulou no papai, aí veio a ota tamém e nóis foi tudo pra casa da tia Fei de novo. -"Melissa e seus relatos."- E eu assisti Fozen!
_ Gostou?
_ Muito! Só teve uma parte que eu não ouvi direito, porque a tia Fei e o papai tava cum barulho estranho atrás de mim. Mas eu nem olhei! Julo! -fiquei quieto e senti os olhares surpresos da senhora minha mãe e não aguentei dando risada.-
_ Mas vocês dois, hein. Não tem quarto não?
_ Mãe, ela nem viu nada.
_ Então fizeram?
_ Mãe...
_ Ela tem três anos, vocês tratem de se controlar porque agora ela mora aqui e está crescendo, e tudo o que vê fala.
_ Entendi, Xumba. -ela sentou ao meu lado e se não fosse o cheiro de queimado vindo a cozinha o papo das duas teria se estendido.-

   No fim do dia mesmo, depois de jantar e estar pronto para dormir entrei no twitter e fiquei por lá um tempo, coisa de uns quinze minutos e fui escutar músicas enquanto jogava um joguinho muito massa no meu celular. Minha concentração foi tanta que eu deixei o celular cair na minha cara.
  Acordei no dia seguinte com a Melissa pulando mesmo em cima de mim, sem dó nem piedade do meu sono. Puxava meus cabelos...

_ Ôh menina, chega! -falei com a voz rouca de sono.- Parô Melissa!
_ Levanta papai, tem ninguém nessa casa! Num quero fica sozinha.
_ Tô aqui, deita aqui com o papai.
_ Num tô com sono! Tô com fome, muita fome. Minha barriga tá fazeno barulho! -virei ficando de barriga pra cima e ela sentou na minha barriga.- Papai! Acorda!
_ Uhuum! -peguei o outro travesseiro e pus no rosto.-
_ Papai!
_ Huuum... -cara eu estava com muito sono, não deveria ser nem nove horas da manhã.-
_ Tô com fome! -não falei nada e pensei que ela tinha desistido, mas tive que levantar quando notei que ela estava chorando.-
_ Ei, não precisa chorar. O papai tá aqui. -beijei sua testa e levantei me arrastando e indo até o banheiro. Joguei uma água gelada na cara, fiz minhas necessidades e saí com a maior cara de sono.- Vem, vamos descer...
_ Me pega no colo papai!

  Passei a mão pelo rosto e andei até a cama pegando-a e então fomos pra cozinha e eu não tinha ideia do que dar pra ela comer. Peguei pão no armário, os frios na geladeira e um suco de abacaxi que estava muito bom. Fiz tudo direitinho e ela comeu e não reclamou, depois ainda queria mais um pouco então dei cereal que tinha lá com leite e fomos pra sala.

_ Ôh papai, quando eu vou pra casa?
_ Não gosta de ficar aqui?
_ Eu gosto, mas e se a mamãe ficar triste?
_ Ela não vai, deixou você passar mais uns dias com o papai e a vovó, o vovô e a tia Bruna.
_ Ah tá. -ela deitou no meu colo e então ficamos vendo desenho, no caso ela, porque eu dei uma boa cochilada e acordei com o telefone de casa tocando.-
_ Alô?

   Era o Roberval logo cedo me lembrando de uma reunião que teria no escritório, e com tanta coisa na cabeça ru nem estava lembrando nem estava me recordando mesmo. Meus pais e a Bruna haviam sumido, eu não tinha outra alternativa a não ser levar a Melissa comigo e com isso me atrasei por ter que me arrumar e arrumar ela que quis trocar de roupa sete vezes me deixando louco.
  Assim que chegamos deixei ela com as meninas e fui pra sala de reuniões onde acertamos algumas coisas, vimos alguns contratos que por serem maiores eu tinha que estar por dentro e tudo e depois demos por encerrado.

_ Tá com uma cara de acabado... -Ju mencionou.-
_ Ser pai não é fácil.
_ Três anos e ainda não acostumou?
_ Pensei que tinha, mas quem guenta o ritmo desse mini furacão? Ninguém Jujuba. -ri e me levantei saindo da sala e indo atrás dela. Procurei na recepção e nada, nem na minha sala, fui na sala onde guardava os presentes e lá estava ela jogada no meio das pelúcias de olhos fechados e cantando uma música qualquer.- Ei, psiu!
_ Papai! Me dá um desse? Ela falou que é tudo seu...
_ Melissa, eu ganhei das fãs.
_ Qui tem? É um só!
_ Pode escolher um, mas um só hein e vamos pra casa almoçar.
_ Vovó fez comida?

"Isso eu também queria saber onde estava minha mãe, se tinha comida pronta porque eu não sabia fritar um ovo, e nem dava pra falar que ia chamar a Fernanda porque é outra que não sabe nem ligar o fogão automático."

  Peguei o celular e liguei pra minha mãe, descobri que ela estava na casa de uma amiga e voltaria só de noite. Meu pai tinha ido pra CG e Bruna na faculdade, depois teatro e já ia direto pra casa do Rafael segundo ela e nós? Boa pergunta.

_ Tive uma ideia! Bora comer um japa?
_ E podi comer pessoa? -perguntou e eu ainda demorei um pouco pra pensar, e quando entendi dei risada.-
_ Comida japonesa, princesa!
_ Atá papai, vamos!

  Deixei ela ir correndo na frente e fiquei pra fechar a porta. A galera também estava indo embora uns pra casa e outros almoçar, então sugeri que fôssemos juntos e deu muito certo, comemos muito e na volta pro carro uma certa pessoinha já estava cansada, e foi colocar ela na cadeirinha que ela apagou.
  Nem liguei o rádio, segui em silêncio pro condomínio e ao chegar, desligar o carro, o celular estava tocando..  Era minha namorada.

_
_ Sua? Sempre!
_ Tá, mas não estou indo sozinha hein... -riu.- Tô levando a Rayssa.
_ Sua priminha, Princesa?
_ Ela mesma, chegou agora pouco e como sei que a Mê está sozinha...
_ Pode vir, acabei de chegar. -falei descendo do carro e dando a volta pra pegar Melissa.- Tava na central.
_ Ôh homem que trabalha, eu também já cheguei faz um tempo. Na verdade só fui para duas reuniões e voltei pra casa.
_ E sua aula?
_ Agora faço no ultimo horário!
_ Que é?
_ Às 19h30.
_ Hmm tô de olho viu.
_ Pode ficar. Até daqui a pouco, tchau gato. -e desligou.-

  Melissa ainda estava dormindo quando coloquei ela deitada no sofá e fui ver se o Puff tava vivo e lá estava ele deitado de barriga pra cima todo espaçoso. Só troquei a água e coloquei mais ração e subi pro quarto. Troquei de roupa e desci.

Narrado por Fernanda
  Cheguei na casa do Luan e nem sinal dos seus pais e sua irmã, só ele, Melissa e o Puff. Entrei junto com a Rayssa que estava com os seus dois aninhos e ela estava toda quietinha, acho que ela não tinha chegado à conhecer o Luan.

_ Ué, cadê a Mê?
_ Dormindo no sofá, já já ela... -olhamos e lá estava ela ajoelhada no sofá olhando pra trás.-
_ Oi, linda.
_ Oi, tia Fei. -bocejou.-
_ Trouxe uma amiguinha pra você brincar, o que acha?
_ Como qui é seu nome?
_ Ayssa. -ela ainda não falava certinho, errava muita coisa, mas falava bastante.-
_ Eu sou a Melissa. Vem, vamos lá pegar as coisas... -desceu do sofá e veio pegar na mão da Ray.- ...Não Puff!
_ Ô au au. -firmou e não ia de jeito nenhum.-
_ Vem, ele num vai morde não, né papai.
_ Vai lindinha, pode ir. -ela olhou pra mim que assim que assenti ela foi toda alegre.-
_ Oi, né? -falei rindo e ele riu também.-
_ Tá faltando nada não?
_ Um beijo! -o puxei pela blusa e fui dando selinhos em sua boca enquanto ia guiando pela sala até que encontramos o sofá pelo meio do caminho, ele se encostou ali e abriu as pernas para que ficasse entre elas e deixou suas mãos na minha bunda e então nos beijamos, e que beijo hein.- Agora sim. Tudo certo, né?
_ Não. -pôs a mão entre os meus cabelos e outra bem no meio das minhas costas e outro beijo avassalador rolou, cheio de desejo, muita pegada mesmo e então paramos pra respirar.- Sua boca tá vermelhinha. -passou a ponta de seu dedo indicador.-
_ Porque será, né... E ai, como foi lá no escritório?
_ Muito bom, a hora até que passou rápido.
_ Cadê seus pais? Bruna?
_ Tudo saíram e o pior, me deixaram sem comida! -fez carinha de cachorro sem dono.-
_ Ôh judiação do bichinho! Eu deixo você me comer, tá! -falei brincando e ele riu.-
_ Olha que eu como hein!
_ Besta! Como foi com a Mê?
_ Ela acordou antes das oito e até agora só conchilou e isso foi coisa rápida...
_ Ela é uma criança bem agitada, você tem que arrumar alguma coisa pra ela fazer. Sei lá, tem natação, ballet e muitas outras coisas.
_ Criança tem que brincar, Fer.
_ Eu sei, mas é um jeito de diversão. Digo por mim!

  Aquele assunto rendeu bastante, e foi interrompido porque eu precisava saber se tudo estava em ordem no quarto da dondoca e graças à Deus estava e elas estavam penteando as bonecas.
  Voltei pra sala e fomos tentar assistir filme, mas não deu muito certo. Luan não largava daquele celular um único minuto e eu fiquei curiosa pra saber o que tanto ele fazia naquele raio de celular.

_ Luan, vamos prestar à atenção no filme?
_ Calma aí que eu tô quase... Mais um pouco e... QUE DROGA! Perdi de novo.
_ Aí que ridículo, fala que vai assistir filme e fica jogando? Tô mole mesmo viu.
_ FeRnanda a Melissa tá te chamando!
_ Vai lá tia Fei.
_ Eu vou, mas já vou te avisar que eu tô com fome.

    ...

  Como Luan disse que todos chegariam de noite eu o convidei junto com a Bruna pra jantar lá em casa e até que deu certo. Fomos todos pra casa, jantamos e depois eles foram embora pra casa e eu fui dormir porque estava cansada! Cansada muito cansada!

~.~

  Mais um capítulo aí pra vocês!
Não pensem que as coisas vão ficar nessa calma, não mesmo. rs. Beijão!