Capítulo 74

Narrado por Luan

  Lidar com relacionamento não é fácil e um relacionamento com a Fernanda é pior ainda. Porque ela é toda cheia de si e pra ela tudo é normal. É normal ter amizade com ex; é normal o amigo chamar ela de delícia e ficar de brincadeirinhas com os amigos homens! Eu odeio isso de verdade, não gosto. Acho falta de respeito mesmo e ela classifica como ciúmes.
  Eu e Melissa voltamos pra casa e lá encontramos meu pai e um casal de amigos.

_ Filho, Dudu ligou aqui em casa disse que tentou seu celular e não conseguiu. Que era pra você ligar pra ele.
_ E disse o que era?
_ Músicas. -risos.-
_ Vou pra lá então...
_ Deixa eu ir papai, quero ficar com você! -disse manhosa.-
_ Se for levar ela, pode pondo uma roupa de frio que ela é pequena e você sempre volta tarde.
_ Claro mamusca, achou que nóis ia assim, é?
_ Tenho certeza mesmo! Conheço meu filho.

Fomos pro quarto, troquei a Melissa pondo um conjunto de moletom e tênis, subi, peguei uma blusa de frio também e descemos os dois dando tchau e indo direto pro carro.

_ Gosta de ir no estúdio, né filha?
_ Uhuum, é legal cantar!
_ Quer cantar tamém?
_ Quero cuidar de bichinho igual o Davi. -revirei os olhos.- Ele que cuida do Lupy pra tia Fei.
_ E que cuide só do tigre mesmo! -falei me calando enquanto ele tagarelava sem parar até chegarmos.- Fala aí, Boi! Tranquilo?
_ Tô sim e você? Sumiu hein! Tentei seu celular o dia todo quase e nada...
_ Estava com as gatas!
_ Aí sim hein! Veio sozinho?
_ Não, Melissa foi no banheiro assim que entramos. Deixa eu até ir lá olhar. -falei indo em direção à porta que indicava o banheiro e escutei a descarga, depois ela veio pedir ajuda pra lavar as mãos e fomos pra sala do Dudu.-
_ Oi tio!
_ Oi linda, veio trabalhar tamém?
_ Vim jogar, pode?
_ Aquele jogo de música?
_ Ahaam! Põe pra mim papai.
_ Bora lá...

  Deixei ela no tal jogo e fui falar de coisa séria. Já fazia um tempo que eu estava com a ideia de produzir mais um DVD, queria que tivesse uma pegada diferente e tudo mais. Porém as músicas escolhidas não estavam se encaixando e faltavam bastante. Por isso fomos trabalhando isso aos poucos, durante minhas folgas por exemplo ou na madrugada quando eu lembrava de algo e o Dudu também.
  Ele me mostrou quatro composições e eu fiquei encantado com ela, era romântica mas não deixava o lado sacana de lado. Dudu foi mostrando a melodia e fizemos uns arranjos e tal.

_ Toca aí no violão e vê como fica...
_ Pra já... -comecei a dedilhar e acompanhávamos na letra mesmo, mas não estava muito legal.- ... Cara, a gente poderia subir o tom aqui, assim oh... -mostrei e fomos ajeitando até que ficou mais ou menos do jeito que eu queria. Precisaria de mais algumas coisas porém estava bem tarde e Melissa já estava dormindo, e ela nem tinha jantado. Então me despedi do Dudu e fomos pra casa.

Narrado por Fernanda
  Eu não consegui relaxar nem um pouco na aula de ballet que para mim servia como distração. Cheguei em casa toda dolorida! Me joguei no sofá e fechei os olhos e tentei esvaziar a mente...

_ Pensando na vida, filha? -meu pai perguntou me dando um susto e fazendo com que eu me sentasse, toda descabelada.- Que cara é essa, Fernanda?
_ Pai! Luan é muito nervosinho! Odeio isso! Odeio!
_ Odeia o que exatamente? -perguntou outra vez sentando no braço do sofá e deixando as muletas encostadas.-
_ Ele é pior que mulher de chico. Viu uma mensagem de um amigo meu que é gay e não me deu nem um beijo de tchau! Sem contar que ele falou um monte na minha cabeça!
_ (risos) Vocês são tão intensos. Namoro é pra curtir e não ficar brigando.
_ Culpa dele.
_ Culpa dos dois... Quando eu e sua mãe a gente namorava, eu sempre fui mais ciumento porque ela sempre foi lindo e dos olhos claros, os marmanjos vinham matando mesmo. E ela era assim, igual você... Toda tranquila, toda aí mais não tem nada a ver e eu todo foda-se queria brigar sempre! Mas depois de um tempo eu aprendi e isso passou!
_ Quanto tempo, pai?
_ Bastante alguns anos!
_ Nossa tomei no cu então, porque estamos indo pro quarto mês!
_ Liga pra ele, tenta conversar...
_ Não! Se ele é orgulhoso, eu também sou!

  Ele riu e se levantou dando boa noite e subindo as escadas. Peguei o celular dentro da bolsa e olhei o Whatsapp por inúmeras vezes, e ele não estava online. Deduzi que se mandasse mensagem ele não veria, então fui jantar e depois subi tomei meu banho e fui dormir.
  Na manhã seguinte acordei cheia de preguiça, mas tinha que trabalhar e lá fui eu me arrumar toda linda e perfumada!   Tomei café com a minha mãe só, porque meu pai mesmo depois que pegou "folga" só acordava depois das dez. Ela me pediu ainda para ver algumas coisas com ela e então pude ir e foi um dia corrido, apareceram mais quatro pessoas que estava interessadas em nossos serviços e isso me deixou muito feliz. Porém, finalizando o expediente recebi uma mensagem de que hoje não teria aula de ballet! Mas isso por um lado foi bom, porque mudei todo o meu curso.
  Depois de bons minutos dirigindo pude enfim estacionar e desci do carro, apertei a campainha e esperei até que fosse atendida.

_ Que bom te ver aqui, querida. Entre, fica à vontade viu. -abracei a Mari e fui entrando.-
_ E seu filho onde está?
_ Lá em cima, acordou agora pouco e está deitado vendo filme junto com a Melissa.
_ Vou subir, tá?
_ Nem precisava pedir, pode ir que eu vou voltar pra minha leitura. -disse se sentando e pegando de volta seus óculos e o livro que estava ao lado.-

  Subi as escadas pedindo que o humor do meu namorado estivesse ótimo e ele ficasse feliz ao me ver e não o contrário. Abri a porta devagar depois de bater duas vezes e não escutar resposta nenhuma. Entrei e ele nem pra olhar quem era...

_ Oi gatinho. -falei mordendo a bochecha dele.-
_ Nanda? É você?
_ Eu mesma, não aguentei e vim te ver. Sabe que não gosto de brigas entre nós, nem chateações e por isso estou aqui!
_ E sua aula de ballet? -perguntou "indiferente".-
_ Não fui porque hoje não tem!
_ Ótimo, agora deita aqui com a gente vai... -foi mais pro lado.-
_ Mê? -chamei.-
_ Tá dormindo, Fê. -tirei os saltos e o cinto e sentei pondo a cabeça dele no meu colo.- Ficou com a consciência pesada?
_ Não com a consciência pesada, mas queria entender qual o seu problema...
_ Problema, Fernanda!?
_ Deixa eu terminar... Problemas com a minha aproximação com alguém do sexo oposto, poxa, meu namorado é você eu já disse isso.
_ Porque homens são abusados, muitos naos tem respeito e por mais que você não veja maldade, eles vêem e isso é tudo!
_ Diz isso por experiência própria?
_ Também.
_ Engraçado que das suas amigas biscates eu não falo nada, agora meus amigos você se acha no direito de reclamar.
_ Que amigas biscates? Minhas amigas me respeitam desde sempre.
_ Ah claro, sempre! Se esfregam em você e quando não são as suas amigas, são as amigas da sua irmã! -falei mesmo e ele me olhou indignado.-
_ Não viaja que todas as amigas da Bruna te conhecem, sabem que eu namoro com você.
_ Quando a mulher é piranha ela não está nem aí pra isso! Uma aliança no dedo não quer dizer nada.
_ Só se for pra você, porque pra mim vale muito!
_ Não estou falando de mim, Luan! Você entendeu muito bem o que eu disse.
_ Não, eu não entendi. Me explica melhor. Experiência própria também? -respirei fundo e levantei da cama já indo atrás das minhas coisas.-
_ Já vi que essa conversa vai terminar em mais e sinceramente? Não estou afim. Tchau! -peguei minhas coisas e desci, me despedi da Mari e do meu sogro que estava chegando e entrei no carro. E como não estava afim de ir ora casa liguei pra Lila e marquei de encontrar com ela em um barzinho que costumamos ir sempre.-

~.~

Sempre as amizades. Ôh notícia velha! Eita, Luan!


   E pra finalizar mesmo o dia! Tá ai o 3° Cap do dia! Espero que tenham gostado e nos vemos na segunda, continuem comentando! Beijão!