Capítulo 114

Narrado por Luan
  Nossa primeira noite foi bem tranquila, eu diria que me sentia melhor sabendo que a Nanda não estava tão na defensiva, que havia baixado um pouco a guarda e devagar eu estava retomando meu espaço.   Dormir agarradinho com ela foi b demais, sentir seu cheiro, sentir sua pele na minha, sentir sua respiração tranquila e seu coração batendo bem mais perto. Tão minha.
  Havia demorado um pouco pra dormir, somente olhando pra ela e acariciando seus cabelos. Mas, valeu a pena cada segundo à mais acordado.

                                (...)

  Manhã de Domingo e nem mesmo parecia.   Acordamos juntos por algum motivo, mas não nos levantamos. Melissa estava deitada bem no meio, mexia na minha barba e chupava chupeta.

_ Bom dia, princesinha.
_ Bom dia, papai.
_ Bom dia amor.
_ Bom dia. -respondeu ela ainda sonolenta.-
_ Que horas são?
_ Aí tá bem cedo, vontade de voltar a dormir. -virou de bunda pra cima e a coberta saiu de cima dela revelando a polpa de sua bunda e ela nem ligando. Essa era Fernanda com sono.-
_ Mamãe com sono não dá, né papai?
_ Tá falando de mim, é? -perguntou e Melissa riu escondendo o rosto.-
_ Tá deixando a menina com vergonha.
_ Vai a merda, Luan... -falou levantando da cama e indo pro banheiro.-
_ Com fome?
_ Eu quero mamar, papai.
_ Acho que eu não trouxe sua mamadeira, e...
_ Eu tomo no copo agora, tô uma mocinha a vovó disse.
_ E é mesmo, a minha mocinha linda. -beijei sua testa.- Pega ali o telefone pro papai. -ela pegou e trouxe para mim.-

  Liguei na recepção e fiz nossa pedido de café da manhã e pedi que fosse servido no quarto, Melissa ficou em pé na porta do banheiro esperando Fernanda sair e eu fui mexer no meu celular. Instagram, twitter... E Whatsapp que eu mexia demais.

_ Melissa, amor. Quase não te vejo aqui pequena. -disse ao sair do banheiro.- O quer ir no banheiro?
_ Escovar o dente pra comer. Me ajuda?
_ Ajudo, vem cá com a mamãe. -as duas entraram e demoram um pouco pra sair, e eu bem sabia porque. Melissa gostava de usar o banheiro de manhã e nunca queria ficar sozinha, tinha que ter sempre alguém conversando com ela enquanto  fazia côco.-

  O café chegou e do jeito que estava fui atender a porta e deixar com que o funcionário do hotel deixasse as coisas sobre a mesa e saísse. Tirei as tampas e agradeci ao ver algumas frutas ali, peguei uma maçã e fui pro quarto.

_ Até que enfim saíram hein.
_ Tonto. -dei risada.-
_ Demoraram demais da conta.
_ Tava fazendo côco,  né. Aí demora muito. -falou o óbvio, me fazendo rir mais ainda.-
_ Desnecessário essa conversa de vocês dois. -disse Fernanda revirando os olhos e indo até sua mala.-
_ Uai, cê num caga não?
_ Todos os dias, mas não preciso ficar falando do que eu faço.
_ Melhora a intimidade de um casal.
_ Luan para de ser ridículo. -jogou uma blusa dela em mim.-
_ Tô falando a verdade, não precisa ficar envergonhada...
_ Em não tô envergonhada, só não quero falar de côco agora de manhã. Satisfeito?
_ Não. Ainda acho que é vergonha.
_ Ridículo, é isso que você é. -dessa vez ela arremessou a necessarie e derrubou minha maçã no tapete.-
_ Olha aí derrubando minha comida, que pecado.
_ Comida? Você pediu o café da manhã? -assenti.- E foi desse jeito? -olhou pra mim toda séria apontando a escova de cabelo.- E foi homem ou mulher que veio trazer?
_ Tá fazendo muita pergunta, isso tá cheirando ciúmes.
_ Ciúmes nenhum, quero saber só...
_ Ciúmes de mim, né?
_ Vai a merda! -falou se virando pro espelho e penteando os cabelos.-
_ Mamãe não pode...
_ Desculpa amor, desculpa a mamãe.
_ Boca suja. -cutuquei.-
_ Ridículo.

  Fui jogar uma água no corpo antes de ir comer, senão depois ficaria com preguiça e a Mamusca disse que não é bom tomar banho com o estômago cheio. Quando saí vesti uma cueca e minha regata, fui me juntar as duas bonitas que já comiam. Melissa se acabava em comer melão, que ela gostava muito e Fernanda terminava seu suco e lanche natural.

_ Nem me esperaram.
_ Pensei que estivesse no seu momento de concentração. -falou rindo.-
_ Não, faço isso de madrugada e quando não estou com você brava comigo. -fui sincero.-
_ Eu atrapalhou seu momento de evacuação?
_ Atrapalha, porque geralmente estamos nos amando intensamente. Não tenho nem vontade.
_ Aí que nojo! Eu tô comendo.
_ Você que começou uai... -falei puxando a cadeira e me sentando ao lado das duas.- Tá bom isso aí hein.
_ Ótimo mesmo. -se lambuzava inteira.-
_ Dá um pedacinho pro papai?
_ Não, pega o seu..

  Dei risada e comecei a me servir, começamos em paz e sem falar muito, quando estávamos satisfeitos fomos decidir o que faríamos no dia e Fernanda achou melhor conhecermos o hotel coisa que não tivemos tempo de fazer na noite anterior, até porque boa parte estava fechada por estar de noite.
  Então as meninas foram terminar de se arrumar (não sei pra que tanta arrumação) e eu fui vestir minha bermuda e colocar um tênis porque pelo jeito andariamos bastante.

_ Pra que lado vamos?
_ Mais fácil pegarmos o mapa, vem... -saiu me puxando pela mão e fomos até a recepção onde tinham os tais mapas.-

  Saímos andando pela área externa do hotel e a cada passo se tornava ainda mais bonito, ainda melhor. Ficava encantando e as meninas então nem se fala. Melissa gostou de ver de perto os animais, assim como ficou muito mais surpresa quando viu o tamanho do escorregador da piscina. E eu rindo de todo aquele entusiasmo, Melissa me lembrava muito a Nanda, a convivência deixou com que elas ficassem ainda mais parecidas.

_ Papai olha aquela zebra, vem ver comigo mamãe. -as duas correram na frente e eu fiquei atrás, tirando foto das duas.-

  Não preciso dizer que andamos uma manhã inteira incansavelmente, paramos pra descansar estava perto da hora do almoço e queríamos voltar e almoçar no restaurante do hotel. Uns cinco minutinhos e nos levantamos, começamos a caminhar de volta e na direção contrário vinham um grupo de amigos, todos homens, deveriam ter no máximo 20 anos. Segurei a cintura da Fernanda que riu ao notar meu ciúmes, passaríamos direto se não fosse um deles nos pararem.

_ Olá, nós estamos perdidos na verdade... Queríamos... -meu inglês estava meio enferrujado, mas eu sabia que pediam algum tipo de informação, Fernanda toda bondosa foi explicar o caminho e quando virou de costas alguns daqueles moleques pegaram o celular pra ficar tirando foto da bunda dela.-
_ Fernanda, já explicou demais. Vamos embora.
_ Calma amor, eles estão...
_ Se fazendo de besta, doidos pra levar porrada. -ela me olhou assustada.- Não vai tirar foto nenhuma. -falei pondo as mãos na lente das câmeras e Fernanda olhou ainda sem entender.- Bando de safado, fica de olho na mulher dos outros.
_ Sem ciúmes, para né...
_ Não percebeu eles querendo tirar foto da sua bunda?
_ E se tirasse, e daí? Você tirou foto beijando outra e eu não disse nada.
_ Ah não, não começa com isso.
_ Prefiro voltar logo pro hotel e encher minha boca de comida. -e foi isso que fizemos.-

  Nos sentamos à mesa e fizemos os pedidos, quando fomos receber a mulher que nos trouxe me olhava de forma estranha, e começou a falar comigo. Mas, era em francês e eu não estava entendendo nada e a Nanda? Estava com uma cara nada boa, nada boa mesmo.

_ Eu saio do Brasil pra ter que aguentar piranha oferecida. Eu não mereço isso não meu deus, não mereço. -falou e eu olhei espantado.-
_ O que ela disse?
_ Disse que você é lindo, disse que queria o seu telefone, perguntou se você era solteiro e ainda teve a cara de pau de me chamar de cunhada. Luan! -não me aguentei de rir, Fernanda com ciúmes era uma comédia.- E você ainda dá risada? -não falei nada, parei de rir e ficamos nos olhando, aproximei minha mão de seu rosto e ela não se esquivou então tomei a liberdade de chegar mais perto e tomar a iniciativa de beijá-la e foi o melhor beijo que recebi depois daquela mordida no avião. Ela não recuou, nem mesmo me mordeu e sim retribuiu. Retribuiu de maneira ainda mais carinhosa e afetiva.-
_ Deixa de ser ciumenta, de mulher na minha vida só existe você.
_ Sabe que eu não gosto de sentir ciúmes, pareço uma idiota, louca e possessiva. -cruzou os braços.-
_ A idiota, louca e possessiva mais linda do mundo. -beijei sua bochecha.-
_ Quanto beijo, credo deus! -Melissa disse tapando os olhinhos com as duas mãos e fazendo Fernanda rir envergonhada.-
_ Quer beijinho tamém?
_ Não...
_ Então tá, não te beijo mais... -cruzei os braços.-
_ Não papai, eu quero sim. Pode beijar eu que eu deixo, meu amiguinho não vai ficar com ciúmes.
_ Amiguinho? Que amiguinho, Melissa?
_ O Predo, papai. -não perguntei mais nada, esperamos a comida chegar e almoçamos entre alguns comentários. Depois Melissa disse que queria porque queria ir num outro parque que não fosse o do hotel. Então nós fomos em um. Entramos e logo de cara as duas quiseram ir no carrossel e lá fui eu ficar sobrando, apenas olhando as duas se divertirem e aproveitei para ligar para os meus pais e contar como estava sendo.-
_ Luan, vamos na montanha russa? -ela perguntou assim que me viu desligar,
_ Jamais! -falei automático.-
_ Deixa de ser medroso, é tranquila.
_ Não, Fernanda.
_ Luan, é uma montanha russa infantil.
_ Prefiro um brinquedo menos perigo. -cruzei os braços.- Um brinquedo que a Melissa não fique com medo.
_ Montanha russa, papai! Vamos! -pegou na minha mão e foi me puxando pra fila. Tava lascado mesmo. Entramos naquele trem, fecharam as travas de segurança e quando o brinquedo começou andar eu comecei a rezar e não abria os olhos por nada. Sentia o carrinho subindo e aquele barulho de corrente tava me agonizando.-
_ Abre o olho, deixa de ser medroso.
_ Não tô com medo, só não estou me sentindo muito bem do estômago.
_ (risos) Ih Mê, o papai tá com medo! Mostra pra ele como faz! -abri um olho só e vi as duas levantando os braços, isso me fez segurar ainda mais firme.-

  Foram sem dúvidas os segundos mais longos da minha vida. Quando descemos minhas pernas estavam bambas, me sentei num banco qualquer e tomei água enquanto Fernanda olhava preocupada.

_ Tá vivo ainda?
_ Tô quase morrendo. -joguei a cabeça pra trás.-
_ Luan, não vai desmaiar hein...
_ Não vou, eu acho. -ela fazia vento.-
_ Melhor irmos num brinquedo mais light, porque não tô afim de causar ataque do coração em ninguém. Eu hein!

Fomos pro carrinho de bate-bate, depois paramos um pouco e fomos tomar sorvete.

_ Olha isso, chega de sol um pouco né pequena ?
_ Ah, mamãe.
_ Você tá toda suada, tá vermelha.
_ Tô com sede, mamãe. -falava tirando o cabelo grudado da testa enquanto Fernanda prendia novamente os fios.-
_ Vamos ali na sombra e você toma, pode ser?
_ Ahaam...

  Fomos pra sombra, Melissa tomou água e depois voltamos a brincar e foi assim até o sol se pôr e estarmos os três cansados. Voltamos pro hotel onde tomamos um bom banho e fomos comer algo antes mesmo de dormir.

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   Orlando my life! ❤