Capítulo 123

Narrado por Luan
  Desembarcamos no aeroporto internacional de SP era madrugada, estava frio por ser aquele horário. Melissa brigava com o sono, e eu estava cansado de ficar sentado queria apenas minha cama.
  Na saída do aeroporto tinha um grupo de fãs, estava tarde e sim eu queria ir pra casa, mas eu me preocupava em saber que estavam ali desde não sei que horas esperando por mim. Então deixei Melissa no colo da minha mãe e desci do carro, aí foi a gritaria do lado de fora e Melissa chorando dentro.

_ Dá ela aqui Mamusca. -estendi os braços e ela veio.- Não precisa chorar Princesa, o papai tá aqui.
_ Vai ir lá? -perguntou meu pai.- Vou junto. -certamente por estar sem segurança nenhum e mesmo sendo um grupo pequeno a bagunça seria a mesma.-
_ Meu deus, ele veio! Gente que lindo! -dizia uma menina.- É de verdade? -risos.-
_ Tudo bom com vocês? Tão aqui faz tempo é? -assentiram.- Qual o nome de vocês? -eram nove meninas e três meninos, eu não gravei o nome de todos. Mas, tentei.-
_ Nossa Luan, Fernanda fez um trabalho e tanto hein. Tá de parabéns!
_ Por que neguinha?
_ Cê tá muito gostoso, Nego. -a outra completou e eu fiquei sem saber como responder, enquanto meu pai dava risada.-
_ Que isso Nega, cêis que são gostosas. -falei meio sem jeito.-
_ Gostoso mesmo foi o sogrão e a sogra que fizeram, porque capricharam na hora de fazer você e a Brubs. -meu pai teve crise de risos.-
_ Oh paizão sabe das coisas! -bati no ombro dele.-
_ Não é só ele que deve fazer gostoso não, Luanjr deve ter trabalhado à beça! -não teve quem não riu.-
_ Papai?
_ Oi minha Princesa.
_ Quem é Luanjr?
_ É um amigo do papai, ele...
_ Tá trabalhando ele? Mas cê não tava de férias? -fiquei sem saber o que responder.-
_ E férias que fizeram super bem, até pegou um bronze. Tá morenão, gostoso! Tá com marquinha da sunga, lindo?

  Não sei o que deu naqueles fãs. Estavam mais assanhados que o normal e Melissa ficava me enchendo de perguntas, antes de irmos embora tiramos umas fotos e gravamos no meu snap algumas coisas, mas não pude ficar mais Melissa começou resmungar de sono e quando um fã foi brincar com ela, ela chorou. Dei tchau e voltamos pro carro.

  Seguimos pra casa em silêncio, não foi demorado o caminho já que estava de madrugada e esse horário quase não tinha trânsito.

_ Finalmente em casa! -falei descendo e batendo a porta do carro.- Né, pequena? -olhei e graças à Deus, Melissa já dormia.-
_ Finalmente mesmo, estava cansada já. Só quero um banho e minha cama.
_ Tá, vamos entrar e tudo certo.

  Dei "Boa noite." e subi, levei Melissa pro quarto dela e fui pro meu. Queria dormir, mas sem banho não conseguiria então fui eu tomar uma ducha rápida e quando saí o celular estava apitando. Pensei que seria a falta de bateria, mas não... Era mensagem e antes que perguntem não era da Nanda.

*Fiquei sabendo que chegou em casa, bem que poderíamos marcar alguma coisinha. O que acha?*

*Um jantar de amigos, pode ser sim. Mas sei que quer ir com segundas intenções. Então não rola.*

*Nossa Luanzinho, não tem saudades desse corpo não? Continua em forma...*
*Imagem*

*Não. Não tenho saudades!*
*Muitos homens, solteiros diriam que sim... Mas eu namoro e não me comprometo.*
*Boa noite.*

*Não vou desistir fácil! Até porque tô morrendo de saudades de você.*

  Visualizei e nem me dei o trabalho de responder. Passei pro closet, vesti uma cueca depois de me secar e jogar a toalha por lá mesmo e fui dormir que tava quebrado e o banho só me fez ter mais vontade de ir pra cama e dormir.

Quarta-feira, 23 de Janeiro de 2019
  Primeira reunião do ano marcada para o fim da tarde. Eu nem se quer tive tempo de respirar, nos reunimos com a minha assessoria de imprensa, empresário, Testa e meu pai. Conversamos sobre muitas coisas, inclusive sobre minhas novas idéias e projetos. Uns foram "aprovados" outros seriam pensados. Mas foi bom saímos de lá e voltamos pra casa, as mulheres haviam todas saído. Chamei meu pai e fomos pro VIP queria mostrar pro Dudu as composições novas, chegamos lá e a dupla dinâmica estava lá, Jorge e Mateus.

_ Olha aí o cara que tava no Caribe. -Jorge disse me cumprimentando.- E aí, Luanzera?
_ Beleza, Jorjão! -falei com Mateus e Dudu também e já fui me jogando na poltrona.- Tão aí faz tempo?
_ Desde cedo, coisa tá fluindo! -risos.-
_ Cadê a pequena? -Dudu perguntou.- Manu tá com saudades da amiguinha.
_ Saiu com a minha mãe e minha irmã. Aparece lá em casa, agora que voltamos está tranquilo demais. -a conversa foi rolando até pra nos desprendermos de toda tensão e nos concentrar somente no momento ali.-
_ Gostei dessa letra aí, agora falta achar uma melodia foda pra colocar em cima disso. -dizia ele.- Pensou em algo, né?
_ Passa o violão pra cá! -peguei e fui mostrando, algumas notas se encaixavam outras não e assim foi se estendendo a nossa noite, tanto que fomos sair de lá era madrugada e nem tínhamos visto a hora passar.- Agora ainda? -baguncei seu cabelo recebendo um olhar bem sério em troca.- Eita, que foi?
_ Onde cê tava? Tá bem de noite. Olha lá oh!
_ Tava no Dudu, pai da Manu.
_ E nem levou eu? -virou o rosto e voltou a deitar a cabeça no colo da mamusca que dava risada daquela brabeza toda.-
_ Ôh Xumba, tô cheio de fome. -falei ainda em pé, ele olhou pra cima e voltou a olhar pra Tv.- Mamusca, linda...
_ Não fiz janta não, deve ter pão de forma aí e frios na geladeira.
_ Nossa Marizete, sem janta?
_ Chegamos cansadas, né Mê. Tomamos banho e viemos assistir Tv.
_ Vou fazer um lanche, vai querer pai?
_ Claro. Aquela pizza não me encheu!
_ Ainda comeram na rua é?
_ No VIP. Dudu até perguntou da senhora, disse que tá com saudades.
_ Aquele cara de pau não veio mais aqui, tô com saudades da Manuzita.
_ Tamém tô vovó, vamos lá amanhã?
_ Se der vamos sim. Precisamos andar mesmo, afinal você ainda está de férias... -segui pra cozinha e deixei as duas combinarem os compromissos do dia seguinte. Preparei o lanche natural pra mim e pro meu velho, suco e coloquei tudo na sala de jantar e gritei pra ele vir comer.-
_ Sua mãe assustou com o seu grito (risos). Disse que cê ainda vai matar ela.
_ Vô não. Jamais!

                               (...)

Narrado por Fernanda
  Já havia chegado em casa fazem dois dias e assim, muita correria. Mas foi bom que não tive tempo pra pensar em mais nada, não existiu tensão alguma.
  No final da tarde do dia 25 (feriado), recebi a ligação da Lila que estava indo pra maternidade e queria que eu fosse junto. Nem pensei duas vezes, peguei o carro e fui voando pra lá. Chegando dei de cara com o Berton saindo da sala vestido com aquelas roupas de cirurgia e minha tia Mabel andando de um lado pro outro junto com o pai da Lila.

_ E ela cadê?
_ Esperando no quarto, reclamando muito de dor. Quer ver?
_ Só pra encher o saco! -falei entrando no quarto e dando de cara com a minha amiga toda suada, vermelha e reclamando.- Vai minha filha, bora que quero ver meus afilhados.
_ Idiiota! Tinha que fazer uma graça, né?
_ Ué, foi pra isso que eu vim. -ri e ela juntou forças pra me mostrar o dedo do meio.- Força aí em amiga. Tá acabando seu soro já.
_ Aí senhor! Vou morrer, tá doendo demais. -ela segurou minha mão quando sentiu força e quase que fiquei sem dedos, ficamos naquela uns 5 minutos. A bolsa estourou e ela foi levada pra sala de parto. Nós esperamos do lado de fora, no corredor. Entrou só o Rodrigo mesmo.-

                                  (...)

@fermarques: Madrinha ama vocês demais meus pequenos. João Pedro & João Miguel ❤ #BemVindos 

  Eles eram lindos demais, muito fofos. A foto que postei foi o médico que tinha registrado o momento dos meus dois pequenos abraçadinhos. Assim que eles foram pro berçário nós acompanhamos e ficamos babando muito, tão pequeninos, lindos. E estavam inchadinhos ainda.

_ Parabéns vovó e vovô!
_ Obrigada. -nos abraçamos.- E parabéns madrinha!
_ Nem acredito, parece que foi ontem que ela havia descoberto a gravidez e...
_ Verdade, nove meses se passaram..  E agora minha filha não mora mais comigo.
_ Casada, né tia. Mas eu sei que você e a mãe do Berton vai passar uns dias com ela.
_ E a Dalila já está louca por isso. Disse que vai surtar. -risos.-

  Conversamos durante um bom tempo, minha amiga foi levada pro quarto. Porém ainda dormia por causa da anestesia e tudo mais. Estava ficando de noite e depois de ver os babys mais uma vez me despedi e fui pra casa.
  Assim que cheguei liguei para os meus pais e contei a novidade, pensei que conseguiria falar com a minha mãe só que ela já estava dormindo por causa de um medicamento que estava tomando.   Conversei um pouco mais com o meu pai apenas pra me certificar que tudo estava bem mesmo, e ele me assegurou que sim que eu poderia ficar tranquila. Então desliguei e depois de jantar, fui dormir.

                                 (...)

Narrado por Luan
  O dia amanheceu depois do feriado e eu acordei no horário que estava acostumado. Peguei o celular e fui atualizar o feed no insta, vi algumas fotos de fã-clubes e uma de dois bebês, a Nanda quem tinha postado. Curti e comentei daquelas carinhas de apaixonados, estava com saudades dela. E queria que nos vissemos logo.

  Levantei da cama e desci encontrando meu pai, Melissa e Puff no sofá. Televisão ligada e o barulho da panela de pressão vindo da cozinha.

_ Bom dia família!
_ Boa tarde, né papai. -risos.- Vamos, vô! -levantou indo puxar meu pai em direção à cozinha.-
_ Vão aonde?
_ Comer, minha vó falou pra gente te espera. Tô com fome, muita fome! -disse fazendo caretas.-
_ Tá comendo bem hein... -falei pegando-a no colo.-
_ Pra ficar forte, bem forte!

  Seguimos pra cozinha, beijei o rosto da Mamusca antes de me sentar à mesa e pegar meu prato. Quando comecei colocar a comida no prato, minha mãe pediu que eu esperasse.

_ Esperamos você e vamos esperar sua irmã também. Tô indo acordar ela, e não comam até lá?
_ Mas, Mamusca!
_ Esperem! Não demoro. -sentei e fiquei batucando na mesa. Melissa fazia caretas, franzia a testa.-
_ Que foi pequena?
_ Tô com fome, vovô. Meu estômago tá fazendo barulho.
_ Fala o que você quer comer que o vô coloca.
_ Mas, a vovó não vai brigar não?
_ Com você não. -riu se levantando e pondo no prato a comida pra Melissa.-
_ Até que enfim, até que enfim! Não aguentava mais de fome.
_ Deixa de ser exagerado que você também acabou de acordar, Luan.
_ Mesmo assim. -risos.- Tá com uma cara tão feia, Bruna. É uma espinha perto do seu nariz? -perguntei apontando e ela colocou a mão em cima e saiu correndo pro banheiro.-
_ SEU IDIOTA! NÃO TEM ESPINHA NENHUMA AQUI. -gritou do banheiro mesmo e nem a minha mãe aguentou e caiu da risada. Ela voltou me fuzilando, nem liguei, terminei de me servir e comecei a comer estava varado de fome. Precisava disso.-
_ Papai, e a mamãe hein? Nunca mais ela veio aqui, não me ligou... Tô com saudades! -Melissa disse do nada, no meio do almoço. E eu não sabia o que responder.- Vamos visitar ela?
_ Ela tá trabalhando.
_ Hmmm... Tá parecendo você quando vai de avião. -aquele comentário ficou no ar.-

  Meu maior medo em ver Fernanda se afastar é que Melissa é muito apegada à ela, a tem como uma mãe e sente falta desse carinho, dessa proximidade. E mesmo que eu quisesse levar Melissa pra visitá-la eu não queria forçar a barra, porque não sabia como estavam as coisas entre nós. É complicado.
  Saímos da mesa e subi pro meu quarto, tomei um banho e sentei em frente ao notebook e fui mexer em umas coisas que eu tinha interesse e quando achei, peguei o celular ligando e vinte minutos depois estava pegando as chaves do carro e saindo com a Ferrari.

Narrado por Fernanda
                                  (...)

  Uma semana depois Dalila já estava em sua casa nova com os babys. Eu fui ajudar minha amiga a aguentar a sogra e a própria mãe falando como cuidar dos meninos.

_ É sério, ainda bem que você chegou. Vou ficar louca com essas duas aqui. -falava coçando a cabeça, uma mania de quando ela estava nervosa.- Eu quase não pego os meninos, nem o Rodrigo. Meu... São meus filhos.
_ Calma amiga. Relaxa, que não pode ficar estressada não!
_ Eu tô, quero cuidar dos meus filhos. Ou melhor, aprender a cuidar deles. E assim, tudo elas fazem.
_ Toda avó é babona. -falei e a vi revirar os olhos.- Me ajuda a tomar banho?
_ Eu te ver nua? Tô fora, meu negócio é piroca.
_ Não sei que piroca se nem com o Luan você tá tirando o atraso. Eu hein.
_ Tô tão nervosa, ansiosa pela nossa conversa.
_ Por que? Vai terminar tudo, ou se arrependeu de ter pedido um tempo?
_ Porque eu ainda não tenho a resposta, minha resposta depende do que acontecer na conversa amiga. Eu tô tranquila e não me arrependo do tempo que pedi porque eu precisava mesmo pôr a cabeça em ordem, deixar tudo no lugar.
_ Te entendo. Mas, pensa bem. É ele quem você ama e que te ama.
_ Eu sei amiga, mas nem sempre as pessoas que se amam ficam juntas. Quem ama quer ver a pessoa feliz, independente de ser ao lado dela ou não.

   Fomos para o banheiro, ajudei ela tomar banho e depois dela se trocar e se sentar, fui buscar os bebês pra ela amamentar.

_ Oi amorzinho da Dinda. -peguei João Pedro que dava um sorrisinho.- É agora você vai comer amor.
_ Tá babando no meu filho?
_ Tô, porque o afilhado é meu... Né Pedrinho. -beijei sua cabeça.- Amiga, tão gostosinho né?
_ Saiu rasgando, mas agora é só festa. -risos.-
_ Como você é trouxa Dalila.
_ Nasci assim querida. -rimos, Berton apareceu na porta, segurando João Miguel e brincando.-
_ Como estão as noites hein?
_ Acordados, porque a galerinha aqui não dorme. -risos.- E se eles não dormem, ela não dorme e não me deixa dormir.
_ Isso aí amiga, não deixa mesmo. -gargalhei.-
_ Vai rindo ôh tonta. Você vai engravidar e vai ser pior.
_ Não vou ligar de ficar acordada, as vezes isso ainda acontece com a minha menina.
_ E você tem filha? -perguntou assustado.- Aé, a Melissa. Agora que eu lembrei.
_ Ê leseira viu!

  Dona Dalila estava se saindo ótima como mãe, sério mesmo. Passei o dia ali sem nem lembrar de celular e quando o peguei foi em casa, depois de um banho e estar de estômago cheio. E foi aí que vi algumas ligações e inúmeras mensagens. Senti até um arrepio, uma sensação estranha demais. E mesmo assim acabei abrindo.

~.~

   Uma conversa aqui, outra ali e as coisas vão se ajeitando. Mas, esse fim me deixou com uma pulguinha atrás da orelha. E vocês? Palpites?